País vive a maior crise humanitária de todos os tempos com 22 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade
Pelo menos 85 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas durante um tumulto coletivo causado pela doação de dinheiro para a população pobre do país. O tumulto aconteceu em uma escola na capital do Iêmen, Sanaa, durante um evento de caridade. Centenas de pessoas lotaram a Escola Maeen para receber doações no valor de US$ 9 por pessoa.
De acordo com informações divulgadas pelo Ministério do Interior, dois empresários locais que organizaram a distribuição de dinheiro foram presos em flagrante a polícia abriu uma investigação para apurar as responsabilidades pela desordem que resultou na tragédia humanitária.
Um porta-voz do ministério disse que o tumulto foi provocado pela distribuição aleatória de dinheiro para uma população extremamente carente sem nenhum tipo de organização e sem coordenação com as autoridades locais.
O tumulto teria começado com uma desordem. Para conter a exaltação de algumas pessoas que aguardavam para receber a doação em dinheiro, combatentes da facção rebelde Houthi atiraram para o alto e, tudo indica, que os disparos atingiram a fiação da rede elétrica, causando uma explosão seguida de pânico. Assustada, a multidão tentou fugir, levando ao esmagamento coletivo.
Além dos mortos que foram pisoteados pela multidão, mais de 300 pessoas ficaram feridas, algumas em estado crítico. “Mulheres e crianças estão entre os mortos”, disse um oficial de segurança Houthi à imprensa, O evento aconteceu durante os últimos dias do mês sagrado islâmico do Ramadã.
O Iêmen é um país árabe que ocupa a extremidade sudoeste da Península da Arábia. É o país mais pobre da região. Segundo a ONU, mais de 21,7 milhões de pessoas – dois terços da população do país – precisam de assistência humanitária. E a pobreza é agravada por uma guerra civil que já dura oito anos, apoiada pelo Irã e Arábia Saudita.
Mohamed Ali al-Houthi, chefe do Comitê Revolucionário Supremo dos Houthis, culpou a crise humanitária do país pelo esmagamento coletivo. “Responsabilizamos os países agressores pelo que aconteceu e pela amarga realidade em que vive o povo iemenita por causa da agressão e do bloqueio”, disse ele no Twitter.