Maior número de refugiados vai para a Colômbia, além de EUA, Equador, Espanha e Brasil
Com uma inflação que deve passar de 100% neste ano, em meio a uma crise econômica, política e humanitária sem precedentes, o número de venezuelanos que deixam o país não para de subir. De acordo com a ONU mais de 7 milhões de pessoas deixaram a Venezuela desde 2015. Os principais motivos alegados pela população são: dificuldade de acesso a alimentos, moradia e emprego estável. A população da Venezuela caiu de 30 milhões, em 2015, para cerca de 28,2 milhões em 2022, com base nos últimos números da Organização das Nações Unidas.
Apesar das dificuldades enfrentadas pelos venezuelanos no exterior, ainda sim o fluxo de saída do país não para de aumentar. Idioma e falta de mão de obra qualificada são as maiores barreiras, segundo o estudo. O presidente do Comitê Internacional de Resgate, David Miliband, afirmou que outras crises estão em curso e com isso os venezuelanos podem ser “esquecidos” pelos governos de outros países. “Está claro que as prioridades concorrentes pela atenção global – Ucrânia, fome na África Oriental, trauma no Afeganistão – estão drenando a atenção de uma forma bastante perigosa”.
Os principais destinos dos venezuelanos são os países da América Latina. Muitas vezes essas nações lutam para oferecer saúde e educação a seus próprios cidadãos. O ranking de acolhimento dos venezuelanos: Colômbia com quase 2 milhões e meio de cidadãos, na sequência Peru com aproximadamente 1 milhão e meio de pessoas, em terceiro lugar os Estados Unidos com mais de meio milhão de imigrantes venezuelanos. Em quarto colocado o Equador, seguido por Chile e Espanha todos eles com quase 500 mil venezuelanos. O Brasil aparece como sexto destino de fuga para os cidadãos que buscam uma vida melhor. Em terras brasileiras a entrada ocorre por Roraima de lá os venezuelanos migram para outros polos mais atrativos economicamente.
“Muitos dos governos da América Latina estão tentando fazer a coisa certa na gestão do movimento dos venezuelanos, mas é um grande desafio”, disse Miliband em uma visita à Colômbia, que recebe 2 milhões e meio de imigrantes. O Representante Especial da ONU para Refugiados e Migrantes da Venezuela, Eduardo Stein, disse que metade de todos os refugiados e migrantes venezuelanos não podem pagar três refeições por dia e não têm acesso a moradias seguras e dignas.
Muitos deixam o pouco que tem para trás e levam consigo apenas uma mala com poucas roupas, uma foto da família e o resto de dinheiro que lhes restam. Na maioria das vezes as travessias em busca de uma vida melhor são clandestinas e por trajetos insalubres. Especialistas da ONU acreditam que existe um número não determinado de venezuelanos espalhados por outros países da América Latina, Central e Caribe.