Misseis carregados com ogivas nucleares, capazes de alcançar a Europa Ocidental e Estados Unidos, foram colocados em posição de disparo, numa base próxima de Moscou. Os mísseis balísticos intercontinentais do tipo Yars podem alcançar distâncias de até 11 mil quilômetros e as bombas que eles carregam são 12 vezes mais potentes do que as utilizadas pelos Estados Unidos contra o Japão, no final da Segunda Guerra Mundial.

Em Outubro, o presidente Vladimir Putin acompanhou exercícios militares com esse tipo de armamento, que simulavam ataques contra o Ocidente. Vídeos divulgados pelo Ministério da Defesa após os exercícios mostravam oficiais russos em frente a computadores programados para fazer os disparos de mísseis. Outras imagens exibiam o lançamento de um míssil balístico intercontinental disparado de um submarino no Mar de Barents, além de um avião bombardeiro TU-95, que também lançava mísseis. Nesses exercícios, as ogivas nucleares são substituídas por bombas comuns.

Oficiais russos monitoram os lançamentos pelo computador. (Foto: ZvedaNews)

Na época, o Kremlin anunciou que os exercícios alcançaram os melhores resultados e que todos os mísseis alcançaram os alvos designados. E o comandante da força especial de mísseis, coronel Alexei Sokolov, declarou que as manobras eram uma mensagem para o Ocidente, lembrando que os Estados Unidos e Reino Unido estavam no raio de alcance dos projéteis.

“A importância desta operação reside no fato de que os mísseis podem ser colocados em ação, se necessário”, disse Sokolov, Com esse tipo de pronunciamento, o coronel repete os discursos de Putin. O presidente tem afirmado que a Rússia não pretende iniciar um guerra nuclear, mas que recorrerá a “todos os meios possíveis” para garantir sua defesa.

Na mesma linha de advertência ao Ocidente, o engenheiro de combate, Vadim Vyazovsky, declarou em entrevista à TV Zvezda: “Me sinto orgulhoso que a Rússia pode colocar esses armamentos em condições de uso. Assim, a pátria mãe pode dormir tranquila”.

Analistas militares ocidentais temem que Putin resolva disparar mísseis nucleares, não contra os países ocidentais, mas contra a Ucrânia, para compensar as derrotas das tropas russas nas frentes de combate.