Liberdade, igualdade e fraternidade, o lema da revolução francesa, não valeu para a ministra que foi capa da Playboy
Liberté, Egalité, Fraternité! (Liberdade, Igualdade, Fraternidade!) o lema da Revolução Francesa não valeu para a ministra da Economia Social e da Vida Comunitária, Marlène Schiappa, que resolveu dar entrevista para a Playboy e foi capa da revista. Para a publicação, foi um sucesso, com recorde de vendas, mas para a ministra tem sido um tormento. A primeira edição da revista, com 100 mil exemplares, esgotou em apenas três horas e logo foram impressos mais 60 mil exemplares.
Nas 12 páginas da entrevista, a ministra posa com vários trajes, mas nada de fotos muito íntimas. Em suas declarações, ela defende o direito das mulheres e, principalmente, o “direito de fazer exatamente o que quiserem”.
Embora soe como uma defesa antecipada, isso não adiantou. Marlène Schiappa, de 40 anos, vem recebendo uma enxurrada de críticas, inclusive de seus colegas no governo.
A primeira-ministra Elisabeth Borne considerou a entrevista como “não exatamente apropriada”, no contexto da atual crise social. Ela, certamente, se referia às greves e protestos promovidos pelas centrais sindicais contra as mudanças no sistema de aposentadorias.
Por sua vez, a ministra da Igualdade entre Mulheres e Homens, Isabelle Rome, criticou a decisão da colega de aparecer na Playboy, uma revista que ela considera como “um compêndio de todos os estereótipos sexistas”.
“Eu pergunto: porque você escolheu a Playboy para defender os direitos das mulheres, quando estamos enfrentando uma cultura da mulher objeto?”, declarou Rome em entrevista ao jornal Le Figaro.
Integrantes da oposição também não pouparam críticas à ministra. O líder da extrema-esquerda, Jean-Luc Mélenchon, chegou a levantar a hipótese de que a entrevista tenha sido planejada como uma “cortina de fumaça” para desviar a atenção da crise atual, provocada pela reforma da previdência.
Em resposta às críticas, Schiappa publicou no Twitter: “A defesa dos direitos das mulheres de controlar seus corpos deve estar em todo lugar e todo o tempo. Na França, as mulheres são livres. Não importa os retrógrados e os hipócritas”.
Défendre le droit des femmes à disposer de leurs corps, c’est partout et tout le temps.
En France, les femmes sont libres.
N’en déplaise aux rétrogrades et aux hypocrites.#Playboy— 🇫🇷 MarleneSchiappa (@MarleneSchiappa) April 1, 2023