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Grande júri de Nova York decide indiciar Donald Trump
AP

Os fantasmas de Trump e a briga com o bilionário George Soros

Justiça de Nova York deve iniciar nas próximas semanas processo movido por uma jornalista que acusa Trump de agressão sexual

Por: Carlos Taquari
Da redação | 30 de março de 2023 - 18:44
Grande júri de Nova York decide indiciar Donald Trump
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Os problemas de Donald Trump com a Justiça estão longe de se limitar à história com a ex-atriz de filmes pornô Stormy Daniels, a quem ele pagou 130 mil dólares para que ela não revelasse o caso entre eles, conforme admitiu seu ex-advogado, Michael Cohen.

A promotoria distrital de Manhattan agendou com os advogados de Trump para que o ex-presidente se apresente à Justiça na próxima terça-feira (04/04). Caso ele não compareça voluntariamente, existe a ameaça de que sua prisão seja decretada. Neste comparecimento ao tribunal, Trump passará por um procedimento comum a todo indiciado, que é a fotografia de registro policial e a coleta de impressões digitais. Nesse processo, Trump está sendo investigado por conta de pagamentos feitos a Stormy Daniels, para que ela não revelasse que ambos mantiveram relações íntimas.

Agressão sexual a jornalista 

Nas próximas semanas, um tribunal de Nova York deve dar início ao processo movido pela jornalista Jean Carroll, que acusa Trump de agressão sexual, que teria ocorrido nos anos 90. Carroll só fez a denúncia em 2019, quando decidiu romper o silêncio que mantinha sobre o assunto.

De acordo com a versão da jornalista, ela já conhecia Trump e ambos se encontraram na loja de departamentos Bergdorf Goodman, em Nova York. Quando ela entrou num provador de roupas, ainda de acordo com sua versão, Trump invadiu o espaço e a violentou. O ex-presidente negou que tenha se aproximado da jornalista com a intenção de agredi-la sexualmente. E acrescentou: “além de tudo, ela não é meu tipo”. A jornalista é uma entre as mais de dez mulheres que se queixaram de comportamento sexual inadequado por parte do ex-presidente.

Modelo da Playboy 

Além de Stormy Daniels, outra atriz afirma ter recebido dinheiro de Trump para manter em sigilo encontros sexuais que teve com o ex-presidente. Trata-se da ex-modelo da Playboy Karen McDougal, que teria recebido 150 mil dólares de Michael Cohen pouco antes da eleição presidencial em 2016.

Os promotores de Nova York sustentam a tese de que os pagamentos foram feitos com contribuições de campanha para evitar danos a Trump antes da eleição. O advogado de Trump então se declarou culpado e foi preso por violar a lei federal de financiamento de campanha.

Pagar pelo silêncio de pessoas não é ilegal nos Estados Unidos, mas a ocultação do ato em balanços financeiros, é crime, principalmente quando constitui doação ilegal de campanha. Agora, após o indiciamento, o fato deve repercutir na campanha para as eleições presidenciais do próximo ano. Trump já anunciou que vai tentar se reeleger, mas seus adversários, dentro do Partido Republicano, certamente vão explorar o assunto para tentar forçá-lo a desistir.

 

Grande júri de Nova York decide indiciar Donald Trump

Trump e Stormy Daniels, uma relação tempestuosa. (Fotos: AP e Divulgação)

Conflito com o bilionário George Soros 

Não bastassem os problemas com mulheres, Trump tem outras frentes de conflito. Tanto ele como seus apoiadores políticos têm acusado o bilionário George Soros de ter contribuído financeiramente para a campanha eleitoral do promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, encarregado do processo envolvendo o ex-presidente e a ex-atriz Stormy Daniels.

Bragg foi eleito, em 2021, para o cargo de promotor distrital. George Soros não financiou diretamente a campanha de Bragg, mas há longo tempo é um dos apoiadores da organização sem fins lucrativos Color of Change, que promove a candidatura de pessoas negras a cargos públicos, seja no legislativo, no judiciário e também na polícia. Mas tanto Trump como seus seguidores misturam a palavra “apoio” com “financiamento”, criando uma confusão proposital.

George Soros, que fez fortuna no mundo das finanças, vem de uma família de origem judaica, que escapou do nazismo na Hungria, durante a Segunda Guerra. Ele tem sido alvo de críticas de políticos republicanos desde que passou a apoiar candidatos democratas e políticos liberais. A organização que ele fundou, Open Society, já doou mais de 200 milhões de dólares, nas últimas décadas, para campanhas do Partido Democrata ou de entidades como a Color of Change.

 

 

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