Cresce o número de pessoas que se tornam influenciadoras para atingir as gerações Y e Z
Com cerca de 250 mil seguidores no Instagram, Emily Durham é uma das muitas influenciadoras digitais que conquistaram um público amplo, interessado em dicas sobre trabalho, transmitidas de forma leve e acessível. De Londres, Mehar Sindhu Batra faz o mesmo, mas para outra audiência: cerca de 400 mil seguidores, mas a maioria na Índia.
As duas têm em comum o fato de se dirigirem a um grande número de pessoas que estão em busca de trabalho ou de mudar do atual para outro. Ao contrário de outros tempos, quando as pessoas procuravam auxílio profissional em portais de emprego ou cursos, agora muitas preferem obter essas dias via redes sociais.
Para se ter uma ideia desse público, pesquisa feita pela Deloitte indica que 40% da Geração Z e 24% dos Millennials gostariam de mudar de emprego nos próximos dois anos. Lembrando que a Geração Z é aquela das pessoas nascidas, em média, entre a segunda metade dos anos 1990 até o início do ano 2010. E os Millennials são os nascidos após o início da década de 1980 até, aproximadamente, o final do século.
Emily Durham, de 26 anos, é Recrutadora Sênior, influenciadora e coach de carreira. Ela trabalha de Toronto, no Canadá, e usa as redes sociais para ajudar jovens na busca pelo emprego ideal, além de dar dicas sobre o dia a dia no ambiente de trabalho. Mas, diferentemente de outros profissionais da mesma profissão, ela usa a internet para transmitir a informação de forma mais descontraída e, o mais interessante, fazendo coisas cotidianas, como preparando uma salada na cozinha de casa.
Por que as gerações mais jovens preferem esse tipo de conteúdo?
De acordo com especialistas, esses profissionais que estão entrando no mercado de trabalho optam por ouvir conselhos de pessoas próximas e em ambientes que se sentem confortáveis para escolher e avaliar, como as redes sociais, onde estão inseridos. Um fator que influencia nesse panorama é a questão da intimidade e transparência.
O influenciador fala com o usuário como se fosse um amigo, e também se veste de forma mais casual, o que aproxima as pessoas dele e, consequentemente, gera um sentimento de confiança.
O fato de ser um digital influencer jovem também fortalece essa relação entre usuário e o profissional. Isso porque as pessoas mais novas se identificam com ele, que já passou por experiências parecidas no mercado de trabalho atual e sabe aconselhar melhor do que uma pessoa mais velha.
Ou seja, o jovem dá valor para questões mais básicas, que levem em conta a saúde mental no dia a dia, não apenas conselhos sobre como atingir um cargo alto em uma empresa e trabalhar nela para o resto da vida. Além dos fatores mencionados anteriormente, esse grupo de pessoas fazem parte de gerações que compartilham problemas comuns, como ansiedade. Portanto, sabem se ajudar de forma mais eficiente.
Sidhu Batra, que tem um MBA no Imperial College Business School, em Londres, revela que seu público é, basicamente, da Geração Z e de Millenials. Ela conta que as pessoas se identificam facilmente com porque são jovens como ela e têm as mesmas preocupações. “Minha comunidade é muito semelhante ao que sou”, ela diz.
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Confiabilidade é diferente de popularidade
Embora o influenciador tenha muitos seguidores nas redes sociais, e aparente ser confiável, é necessário ter cautela. É o que aponta Kelli Burns, professora da University of South Florida, nos EUA. É importante checar a formação daquele profissional antes de tomar iniciativas concretas no ambiente de trabalho e até para a vida.