Jovens estão consumindo cada vez mais remédios para garantir ereção, apesar dos riscos
Quem nunca precisou da famosa pílula azul pelo menos uma vez na vida, que atire a primeira pedra. De acordo com uma pesquisa feita nos Estados Unidos, 60% dos usuários de produtos, destinados a garantir um bom desempenho sexual, têm menos de 40 anos de idade. O levantamento também revelou que metade dos jovens de até 25 anos admite já ter recorrido a esses medicamentos.
De acordo com o pesquisador e médico urologista britânico, Shirin Lakhani, esses medicamentos, dos quais o mais conhecido é o Viagra, vem sendo usados em excesso pelos jovens. Ele considera esse cenário como uma epidemia silenciosa. O tema da ereção ainda é considerado um tabu pelos adolescentes e jovens adultos, o que agrava a situação. “Nessa idade a cobrança para dar certo é muito grande. A ansiedade libera um produto químico no cérebro que tem um efeito adverso nas ereções. Vai contra sentir-se relaxado e pronto para um bom desempenho”, diz.
O que muitos usuários não levam em conta são os possíveis efeitos colaterais do medicamento: aceleração da frequência cardíaca, dores musculares e recorrentes enxaquecas. Em casos mais graves, até ataques cardíacos. Para Shirin, outro problema sério não é físico, mas sim psicológico. “O uso a longo prazo do Viagra pode potencialmente aumentar o risco de dependência psicológica e também tem sido associado a vários problemas que afetam os sistemas auditivos e visuais e a visão”, explica.
Além disso, o efeito da droga pode perdurar por mais de 4 horas no organismo. Se o usuário for jovem, existe uma probabilidade maior de dilatação venosa. Com isso, o remédio se estende por toda a corrente sanguínea, demorando longas horas para passar o efeito.
Os medicamentos contra disfunção erétil foram lançados a partir de 1998. O primeiro deles foi o Viagra, que tem como princípio ativo o Sildenafil. Em seguida, surgiram outros como o Cialis e Levitra, que têm outros componentes químicos. A princípio, apenas o público acima de 60 anos costumava utilizar esse tipo de medicação. Porém, nos últimos anos, esses produtos passaram a ser utilizados sem moderação, como um aditivo pelos mais jovens.