ECONOMIA

Inflação dispara entre os países do G7 e pressiona governos

Aumento da energia e dos alimentos puxam as principais nações para a recessão econômica

Por: Lucas Saba
Da redação | 19 de outubro de 2022 - 21:55

Os países do G7 – o grupo das nações mais industrializadas do mundo – enfrentam índices inflacionários históricos, o que vem exigindo medidas urgentes dos governos para aliviar o peso dos reajustes de preços no orçamento das famílias.

O Reino Unido e a Alemanha passam pela pior inflação em meio século, na casa dos 10%, enquanto os Estados Unidos anunciam medidas para tentar diminuir a alta que beira os 9%. A Itália e o Canadá ultrapassaram os 8% em setembro atingindo o maior índice das últimas quatro décadas. O Grupo dos Sete é composto pela Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.

A Alemanha é um dos países mais castigados pela crise atual, provocada pela Rússia, que cortou o fornecimento de gás e petróleo para o Ocidente, mas de maneira geral a crise afeta a todos. Além da questão dos combustíveis, a guerra na Ucrânia também provocou aumentos sucessivos nos preços dos alimentos, pressionando o orçamento das famílias, não apenas na Europa, mas em todos os continentes.

Diante da perda no poder de compra dos consumidores, Alemanha, Reino Unido e França estão concedendo ajuda mensal às famílias, para cobrir as despesas com gás para aquecimento doméstico ou, no caso francês, como proteção aos desempregados pela pandemia.

A espiral inflacionária ameaça trazer outra grave consequência: uma recessão em escala global, como já advertiram dirigentes do Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial. Os países do G7 somados são os maiores investidores da infraestrutura mundial. Se cortarem os investimentos, isso terá reflexo no PIB da maioria dos países.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) já alertou para os riscos da inflação disparando e o desemprego mundial aumentando. “Os responsáveis pelo planejamento econômico de todos os países devem adotar providências urgentes para garantir a estabilidade de suas economias, a fim de evitar o risco de uma recessão global que está cada vez mais presente”, afirmou a diretora do FMI, Kristalina Georgieva.

Na semana que vem muitos países anunciarão o balanço econômico do terceiro trimestre de 2022 e também uma projeção para o último trimestre do ano. Os principais bancos centrais do mundo: Reino Unido, Estados Unidos e boa parte da Europa continuam na defensiva para combater à inflação. Algumas medidas econômicas vêm sendo anunciadas, mas ainda são iniciativas muito tímidas para frear o aumento dos preços, as bolsas por todo mundo sentem o momento e atravessam meses em queda.

Alemanha e Reino Unido alegam que o principal culpado pelo aumento na conta de energia é Vladimir Putin. Para frear Putin, o Ocidente anunciou algumas sanções contra a Rússia, que rapidamente revidou cortando o principal gasoduto responsável pelo fornecimento de energia para muitos países da Europa.

Já os Estados Unidos e o Reino Unido vêm sofrendo com as políticas econômicas internas. Os pacotes anunciados até aqui não surtiram efeito, pelo contrário. Foram mal recebidos pelo mercado, os preços dos alimentos subiram, alguns até dobraram de preço em comparação a 2021.

Números do Brasil 

Em comparação aos países do G7, a economia brasileira até que se recuperou bem, após a pandemia. Dados do IBGE indicam que o índice acumulado de inflação dos últimos 12 meses está em 7,17%. Já entre os países do G20, o Brasil teve a quarta menor inflação. No acumulado entre Janeiro e Setembro, o Brasil registrou uma inflação de 4,1%, ficando atrás apenas da China 1,9%; Arábia Saudita, 2,7% e Japão, 2,8%. E o crescimento do PIB, em 2022, deve ficar em 2,71%, de acordo com o Boletim Focus, do Banco Central.

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