Especialistas alertam que os incêndios devem continuar ocorrendo
A extensão de áreas florestais atingidas por incêndios quase dobrou nos últimos 20 anos e, só no ano passado, cerca de 16 hectares de árvores foram incendiados por minuto. Cada hectare equivale à área de campo um de futebol. O levantamento é da organização sem fins lucrativos, Global Forest Watch.
Para o analista da GFW, James MacCarthy, as mudanças climáticas constituem a principal causa dos incêndios florestais, provocados pelo aumento da temperatura média do Planeta.
O cenário de grandes e cada vez mais longos incêndios têm sido frequentes nos Estados Unidos, especialmente na Califórnia, e em toda a Europa. Na França, os incêndios destruíram enormes extensões de reservas florestais, na região de Bordeaux, no sudoeste do país.
Mas a situação ainda é mais crítica ao norte da Europa. Dos nove milhões de hectares de árvores consumidos pelo fogo em 2021, mais de cinco milhões estavam na Rússia. O país contabiliza um aumento de 31% de incêndios em suas florestas só no ano passado.
As previsões são de que os incêndios florestais continuem ocorrendo e até aumentem, em todo o mundo, uma vez que não existem sinais de contenção das mudanças climáticas. De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas, até o final do século espera-se um aumento de 50% de incêndios de grandes proporções. Para MacCarthy, é necessário maior foco na prevenção. Segundo ele, neste momento, menos de 1% dos esforços se concentram na preparação e planejamento para enfrentar situações críticas.
Os incêndios florestais que tem ocorrido em toda a Europa não trazem apenas impacto na biodiversidade da região, com perda de fauna e floral local. Também impactam na qualidade da água e na erosão do solo.