Ativista diz que prefere continuar lutando pela defesa do meio ambiente
Em entrevista à BBC News, a ativista sueca Greta Thunberg negou que tenha planos de entrar para a política e afirmou que esse meio é “muito tóxico”. Ela disse que, para haver mudanças efetivas, é preciso estar do “lado de fora” porque assim é mais fácil pressionar as autoridades. Agora, aos 19 anos, ela acredita que tem um maior entendimento sobre a política e seus mecanismos.
Do dia 6 a 18 de novembro ocorrerá a Cop27, Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, no Egito. Greta, no entanto, estará ausente. Ela diz que não é uma pessoa necessária na reunião. “Haverá outras pessoas que comparecerão, das áreas mais afetadas. E acho que a voz deles é mais importante”, conta ao repórter.
A ativista ambiental também explica que nunca teve a intenção de ser um rosto conhecido mundialmente. E que ser a representante de um movimento global é muita responsabilidade.
Greta já foi muito criticada e ofendida por autoridades, mesmo sendo muito nova. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, foi uma dessas pessoas. Em 2019, a ativista foi nomeada a Personalidade do Ano pela revista Time, um dos periódicos norte-americanos mais conhecidos do mundo. Trump, no entanto, não gostou nada.
Na antiga conta do Twitter de Trump, – suspensa pela empresa devido ao “risco de prolongamento da incitação à violência” – ele zombou de Greta e afirmou ser ridículo ela ter sido reconhecida pela revista. “Tão ridículo. Greta precisa trabalhar em seu problema de controle da raiva, depois ir a um bom filme antigo com um amigo! Calma, Greta, calma!”, escreveu ele.
Ainda em entrevista à BBC News, Greta disse não se incomodar com as críticas, mas sim com as mentiras que criam sobre ela. Entretanto, mesmo que líderes mundiais falando sobre o ativismo dela, ela não se acanha.
“As pessoas mais poderosas do mundo se sentem intimidadas por adolescentes. Isso é engraçado. Diz mais sobre eles do que sobre mim”, afirma Greta Thunberg.
Greta é considerada um ícone para a juventude na luta contra as mudanças climáticas. Tudo começou em agosto de 2018, quando a adolescente, com 15 anos, participou de uma manifestação, junto com outros alunos da escola dela, para protestar pela falta de ação dos políticos diante da crise climática. Durante três semanas, ela e os estudantes sentaram-se em frente ao parlamento sueco, todos os dias. Após ela divulgar nas redes sociais, o movimento bombou e persiste até os dias atuais.
Greta Thunberg também marcou a geração dela, que pode ser considerada mais ativista que as anteriores, como foi apontado na matéria feita pelo Planeta Cultura, “Mais jovens e mais ativistas”.