As últimas pesquisas permitidas antes das eleições dão vantagem de 20% para o partido Irmãos da Itália
O partido Irmãos da Itália, de extrema-direita, liderado por Giorgia Meloni, deve alcançar uma vitória por larga margem, nas eleições parlamentares marcadas para o próximo dia 25. Isto é o que indicam as pesquisas de opinião publicadas neste final de semana, as últimas divulgadas dentro do prazo limite, antes das eleições.
Segundo o levantamento, o partido de Meloni, que deverá assumir como primeira-ministra, tem 20 pontos de vantagem sobre a coalizão de centro-esquerda liderada por Enrico Letta, do Partido Democrático. Esta vantagem, de acordo com o complexo sistema eleitoral da Itália, pode assegurar à extrema-direita e seus aliados uma maioria de dois terços nas duas casas do Parlamento e isto seria suficiente para mudar a Constituição do país.
O apoio a Meloni e aos Irmãos da Itália vem aumentando desde que ela assumiu o comando da campanha. Aos 45 anos, embora seja veterana nos meios políticos, ela não tem experiência de gestão administrativa em cargos no governo. Para tentar tranquilizar os eleitores, preocupados com seu passado de militância neofascista, Meloni faz um discurso de conteúdo centrista e promete manter as políticas do governo do primeiro-ministro Mario Draghi de disciplina fiscal e contenção de gastos. No plano externo, garante que vai manter o apoio ao governo da Ucrânia, em guerra com a Rússia. Ao mesmo tempo, adaptou os discursos de campanha, evitando as críticas ao Euro e à União Europeia, que eram comuns em seu passado recente.
A ascensão de Meloni se deve, principalmente, à queda nas pesquisas de um de seus principais aliados, Silvio Berlusconi, cujo partido, Força Itália, vem despencando na preferência do eleitorado.
Outro aliado, Matteo Salvini, líder do movimento anti-imigração, também perdeu prestígio junto aos eleitores e aparece nas pesquisas atrás do movimento Cinco Estrelas, de centro-esquerda.
Pesquisa da Ipsos, para o Corriere Della Sera, indica que o grupo Irmãos da Itália poderá formar maioria no Parlamento, apenas com a aliança com Matteo Salvini, sem depender do apoio de Berlusconi, tido por muitos como um aliado incômodo e não inteiramente confiável.