Prevendo a repetição dos incêndios florestais do ano passado, franceses antecipam medidas de prevenção
As previsões dos serviços de meteorologia da Europa não deixam dúvidas. O Verão no hemisfério Norte, que vai de 21 de Junho a 23 de Setembro, manterá a tendência dos últimos anos e ficará mais uma vez entre os mais quentes. A Espanha e Portugal já vem registrando temperaturas recordes para esta época do ano, quase dois meses antes da mudança de estação.
Diante dessa perspectiva, o governo francês decidiu antecipar as medidas de prevenção contra incêndios florestais e as brigadas de combate ao fogo já estão sendo treinadas. Equipamentos são revisados e outros preparativos, como reservas de água e produtos químicos destinados a controlar as chamas, também estão em andamento.
Em 2022, 785.000 hectares de reservas florestais e até áreas de plantio foram destruídos em toda a Europa, mais do que o dobro da média anual nos últimos 16 anos. Neste ano, um inverno seco espalhou a estiagem por amplas áreas do continente, criando o temor de que o quadro do ano passado se repita agora.
“No ano passado, os incêndios florestais começaram no início de Junho. Então, agora decidimos nos antecipar. Não apenas o pessoal das brigadas, mas também as aeronaves e os centros especializados estarão prontos mais cedo”, explica François Peny, inspetor-geral de segurança civil em Nimes, no Sudoeste da França.
Após o registro de um primeiro incêndio florestal, embora de pequenas proporções, na fronteira com a Espanha, no início de Abril, o ministro do Interior, Gerard Darmanin, disse que o país caminha para ter um Verão muito difícil, possivelmente como em 2022.
Diante dos alertas feitos pelos serviços meteorológicos de que as temperaturas serão muito altas e a seca bastante grave, inúmeras cidades francesas já estão restringindo o fornecimento de água. A população está sendo aconselhada a economizar tudo que for possível, seja no consumo doméstico ou nas empresas.
O presidente Emmanuel Macron pediu a todos os franceses que economizem água e foi mais longe: disse que cada pessoa deveria reduzir em pelo menos 10% o consumo, até 2030.