ECONOMIA

Em Davos, Haddad defende equilíbrio fiscal e garante reforma tributária

Marina Silva cobrou repasses de US$ 100 bilhões de países ricos para proteção ambiental

Por: Lucas Saba
Da redação | 16 de janeiro de 2023 - 21:55

Nesta terça-feira, em Davos, na Suíça, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que a reforma tributária saíra ainda em 2023 e prometeu “onerar quem sonega impostos”. Em discurso no no Fórum Econômico Mundial, Haddad também enfatizou que a mudança virá para substituir o teto de gastos em vigor desde 2017, mas o Legislativo precisa aprovar a medida. Já Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, cobrou o compromisso das nações desenvolvidas de repassarem aos países em desenvolvimento US$ 100 bilhões para a proteção ambiental.

Haddad, ainda ressaltou para os investidores que a reforma tributária resultará na desoneração dos mais pobres e levará os ricos a pagarem mais impostos. De acordo com o ministro a nova proposta será conhecida já em abril e se for aprovada entrará em vigor no início de 2024. Marina ressaltou o retorno do Fundo da Amazônia. Disse que o fundo será abastecido por países como Noruega e Alemanha. E que negocia doações com as fundações do ator Leonardo DiCaprio e do bilionário e fundador da varejista Amazon, Jeff Bezos.

Recessão econômica

Dois terços dos economistas que vão participar do encontro acreditam que haverá uma recessão econômica, em 2023, provocada por fatores como a redução nos investimentos por parte das empresas, cortes de custo para enfrentar aumentos nos preços de matéria prima, inflação, as consequências da guerra na Ucrânia e outros conflitos geopolíticos.

Davos

Fórum de Davos busca cooperação em meio a ameaça de recessão global. (Crédito: Fórum Econômico)

Em outra pesquisa, divulgada pela empresa de consultoria PricewaterhouseCoopers, na qual foram ouvidos mais de 4 mil executivos e empresários, 73% disseram acreditar numa recessão neste ano que se inicia. Mais grave ainda é o fato de que 2 em cada 5 dos entrevistados manifestaram o temor de que as empresas que eles dirigem não sobrevivam até o final desta década.

Quando solicitados a comparar a situação atual com a crise de 2008, a maioria admite temer pelos riscos a serem enfrentados, mas garante que, desta vez, as empresas estão mais preparadas.

A pesquisa da PWC mostra ainda que, quando se trata de pensar a médio e longo prazos, 40% dos executivos estão convencidos de que suas empresas não serão economicamente viáveis, nos próximos 10 anos, “a menos que passem por uma transformação”. Além disso, as empresas precisam estar alertas para inúmeros problemas, que vão dos cyberataques a manutenção das cadeias de fornecimento, conflitos comerciais, mudanças climáticas e muitos outros.

Empresários da França, Alemanha e Reino Unido não manifestaram otimismo em relação à retomada do crescimento do crescimento econômico interno, que sofreu sério impacto nesses países, no ano passado.

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