Autoridades se preocupam com a segurança das pacientes que buscam o chamado Brazilian Butt Lift
O Senado da Flórida iniciou a discussão de um projeto de lei destinado a regulamentar a realização da cirurgia denominada Brazilian Butt Lift (BBL), destinada a ampliar e moldar o formato das nádegas.
O assunto preocupa as autoridades daquele Estado, uma vez que, só em Miami, existem inúmeras clínicas que oferecem esse tipo de cirurgia, a preços que variam de 3.500 a 4.500 dólares, nem sempre com os devidos cuidados.
A senadora Ileana Garcia apresentou o projeto com o objetivo de garantir a segurança das pacientes, tendo em vista que dez mulheres morreram, nos últimos três anos, no Estado, vítimas de erros nos procedimentos médicos.
Entre outros pontos, a proposta prevê a criação de centros cirúrgicos para substituir as atuais clínicas, que nem sempre contam com os instrumentos necessários, instalações adequadas e pessoal especializado em número suficiente. Também está previsto que a cirurgia seja feita por um médico exclusivo do paciente. Esse profissional não poderá atender mais de um paciente, ao mesmo tempo.
Há relatos de casos em que alguns médicos chegam a realizar até 7 cirurgias num único dia. Diante do excesso de trabalho, parte dos procedimentos é realizada por assistentes ou enfermeiros que não recebem o treinamento necessário.
Em Junho de 2022, o Conselho de Medicina da Flórida aprovou medida emergencial, que restringia o número de cirurgias BBL a três por dia, para cada médico. Mas a medida tinha duração de apenas três meses.
Riscos existentes
As cirurgias plásticas para aumento das nádegas ganharam o apelido de BBL, ou brazilian butt lift, por conta da associação com o biótipo de parte das mulheres brasileiras, que são invejadas pelas norte-americanas e europeias.
Mas o procedimento envolve riscos, porque consiste na lipoaspiração da gordura do abdômen ou de outras partes do corpo. Essa gordura é injetada para aumentar e moldar as nádegas.
O perigo ocorre no momento da transferência, quando parte da gordura entra nos vasos sanguíneos, podendo se alojar no pulmão ou até no coração, causando morte subida. O problema se deve ao fato de que alguns profissionais não devidamente treinados injetam a gordura de forma mais profunda do que o necessário ou com mais pressão.
Além disso, no Brasil, os médicos costumam injetar no máximo 400mm de gordura, em cada nádega, enquanto nos Estados Unidos algumas clínicas chegam a recomendar até 1 litro, em cada lado, o que aumenta o risco de embolia.