A parlamentar foi presa em 9 de dezembro, acusada de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro
A eurodeputada da Grécia, Eva Kaili, foi libertada, após quatro meses de prisão, por envolvimento em escândalo de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Kaili havia sido detida em Dezembro, após investigação da polícia da Bélgica sobre o suposto pagamento de propinas pelo governo do Catar, para que ela e outros integrantes do Parlamento Europeu apoiassem as reivindicações daquele país do Oriente Médio. Agora, a parlamentar ficará em prisão domiciliar e terá seus passos monitorados por uma pulseira eletrônica.
“Não darei mais comentários, além do fato de ser uma decisão lógica que demorou muito para ser tomada”, disse Sven Mary, advogado de Kaili. A informação também foi confirmada pela Procuradoria Federal da Bélgica. A decisão foi uma surpresa, pois foi anunciada um dia antes de uma audiência agendada perante um juiz na manhã desta quinta-feira, 13.
Kaili passará por audiências regulares para prolongar ou revogar a vigilância eletrônica. A parlamentar grega foi presa pela primeira vez em 9 de dezembro, quando foi pega em flagrante e teve sua imunidade parlamentar imediatamente suspensa. Posteriormente transferida para a prisão de Haren, localizada em Bruxelas, na Bélgica.
Sua prisão repercutiu e trouxe à tona uma investigação sobre um esquema de troca de favores que envolvia “grandes” somas de dinheiro e presentes supostamente pagos pelo Catar e Marrocos para influenciar a formulação de políticas europeias. Ambos os países negam qualquer irregularidade.
Mais de 1,5 milhão de euros em dinheiro foram apreendidos pela polícia belga em dezenas de buscas em residências e escritórios, inclusive na casa de Kaili. Após o escândalo, ela foi removida de seu cargo de vice-presidente do Parlamento Europeu e sua filiação partidária foi suspensa, uma reviravolta dramática para uma legisladora que era considerada uma estrela em ascensão na Europa.