SAÚDE
Foto de Clément Falize na Unsplash

Solidão indica atividade cerebral atípica, mostra pesquisa

O resultado inédito pode ajudar a desenvolver soluções mais eficazes para quem sofre do problema

Por: Júlia Castello
Da redação | 11 de abril de 2023 - 16:36
Foto de Clément Falize na Unsplash

Mesmo rodeadas de gente, é comum algumas pessoas se sentirem solitárias, independente do tamanho de seu círculo social. Um estudo do Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriu que existe uma resposta biológica para a solidão.

Os pesquisadores realizaram testes com 63 estudantes universitários. Os participantes assistiram a 14 videoclipes. Logo depois, utilizavam uma Escala de Solidão, desenvolvida pela própria Universidade, para relatar como se sentiam socialmente conectados. Além disso,  cada um dos estudantes tiveram que listar o nome de seus colegas e pessoas com quem faziam refeições regularmente.

Pessoas solitárias encaram as situações de maneira diferente. (Foto: Pexels)

Após esta primeira etapa, as pessoas foram divididas em dois grupos de acordo com a pontuação na escala de solidão. Os com nível mais alto faziam parte do grupo “solitário”, e os com nível mais baixo do grupo “não solitário”.

Análise

Ao analisar as varreduras cerebrais de todos os estudantes, os autores do estudo notaram diferenças na atividade cerebral entre os dois grupos. As divergências se concentravam principalmente em duas áreas. Uma é a área em que a atividade cerebral está  associada à interpretação de narrativas e amizades. Já a outra, são as áreas cerebrais de processamento de recompensas.

A equipe sugere que as pessoas solitárias processam as situações de maneira mais singular do que outras, o que pode explicar por que algumas podem não se sentir compreendidas e deixadas de lado.

“Isso pode resultar em um ciclo de feedback de reforço no qual indivíduos solitários se percebem como diferentes de seus pares, o que, por sua vez, pode levar a mais desafios para alcançar a conexão social “, explica uma das principais autoras do estudo, Elisa C. Baek, em um comunicado.

Importância

Pesquisas têm mostrado que a solidão eleva o risco de mortalidade em 30%, já que aumenta o perigo de doenças cardiovasculares, derrame, demência e problemas de saúde mental, como a depressão. Por isso, o estudo, publicado na revista Psychological Science, foi considerado uma grande vitória para entender mais sobre pessoas que se sentem solitárias.

Agora, os pesquisadores acreditam que este conhecimento possa ajudar não apenas entender, como identificar e criar soluções mais eficientes para reduzir a solidão em alguns indivíduos.

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