SAÚDE

Estudo de Harvard aponta os caminhos para uma vida realmente feliz

A mais longa pesquisa científica sobre a questão aponta o que não pode faltar para uma existência plena

Por: Marcelo Bonfá
Da redação | 24 de janeiro de 2023 - 21:55

Se você pudesse descrever uma vida cheia de felicidade, que fatores escolheria? Muitas pessoas escolheriam muito dinheiro, longas férias, uma carreira de sucesso, elevação no status social e o lazer. Mas isso deixa de fora o motor mais importante da felicidade, segundo o estudo científico mais longo do mundo sobre o assunto.

O segredo para viver uma vida verdadeiramente feliz é ter boas relações com amigos e entes queridos. 

A maioria das pessoas não está ciente desse fator porque nossa cultura nos vende mensagens que não são verdadeiras, como “compre isso e você será mais feliz”, diz o Dr. Robert Waldinger, professor de Psiquiatria na Harvard Medical School, em Boston, nos Estados Unidos. Ele é o diretor do Estudo de Harvard sobre Desenvolvimento de Adultos (Harvard Study of Adult Development), que começou em 1938 com 724 participantes e se propôs a descobrir o que faz as pessoas se sentirem realmente felizes.

Oitenta e cinco anos depois, o estudo inclui três gerações e mais de 1.300 descendentes dos participantes originais. As pessoas foram acompanhadas desde a adolescência até a velhice, com os pesquisadores reunindo tudo, desde exercícios e hábitos de bebida até a satisfação conjugal e as maiores preocupações.

Amizades são fundamentais para garantir uma vida plena de felicidade. (Foto: Pexels)

Os pesquisadores coletam regularmente seus registros de saúde em busca de marcadores de bem-estar físico e mental e os encontram pessoalmente para observar seu comportamento e condições de vida. Os participantes avaliam suas vidas respondendo a questionários que perguntam se eles são felizes, se sua vida é significativa e se eles têm um motivo para acordar de manhã. Eles passam por varreduras cerebrais, exames de sangue e verificações de hormônios do estresse.

O que os participantes mais saudáveis e felizes têm em comum? As respostas estão no novo livro de Waldinger:  “The Good Life: Lessons from the World’s Longest Scientific Study of Happiness” (“A Boa Vida: Lições do Mais Longo Estudo Científico sobre Felicidade do Mundo”. Um fator se destacou acima de tudo: bons relacionamentos.

Portanto, se você toma uma decisão para garantir melhor sua própria saúde e felicidade, deve cultivar relacionamentos calorosos, escreve Waldinger e seu colega Marc Schulz. “Achamos que é porque os relacionamentos nos ajudam a controlar o estresse”, complementam em uma entrevista.

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“Acompanhando milhares de pessoas ao longo de décadas, vemos que todos enfrentaram dificuldades. Não devemos perguntar: você tem desafios? E sim: Como você pode enfrentar esses desafios? Tem recursos para isso? Sempre dizemos que um dos recursos mais fortes para enfrentar os desafios da vida é ter bons relacionamentos”.

O livro  “The Good Life” deixa claro que um bom relacionamento não significa que você precisa ter um parceiro (a). Uma pessoa feliz não precisa estar casada ou morar com alguém, já que pessoas podem se sentir solitárias no casamento e felizes  morando sozinhas. Outro ponto importante: nunca é tarde demais para ser feliz. Sempre dá tempo de mudar a sua vida para melhor. Se você está infeliz em um casamento que dura décadas, já pensou em separar? Não tenha medo. O fundamental segundo os autores do estudo e do livro é ter amigos e entes queridos com quem você possa conversar e confiar durante toda a sua trajetória de vida.

A outra foto desta reportagem é de Cookie Studio / Freepik

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