The Washington Post

Os aplicativos pregam peças nos usuários para transformar uma atividade em hábito. Por exemplo, o Snapchat e o Wordle incentivam o uso repetido com “sequências” ou direito de se gabar por quantos dias consecutivos você usou os aplicativos.

Você pode se sentir motivado a dar um passeio para fechar os anéis digitais do Apple Watch, que recompensam a atividade física diária. Para incentivá-lo a continuar tendo aulas de idiomas, o Duolingo tem quadros de líderes comparando como você está se saindo com os outros.

Não é necessariamente ruim encorajar comportamentos saudáveis, como fazer exercícios ou jogar jogos de palavras. Mas mesmo um bom hábito pode cruzar a linha do uso excessivo compulsivo. Saiba reconhecer quando seu hábito tecnológico pode ser uma obsessão indesejável e as etapas práticas para você retomar o controle.

Faça uma análise de custo-benefício

Ao entrarmos no mundo digital, nem sempre paramos pra pensar no que estamos fazendo. É por isso que precisamos nos esforçar duplamente para fazer autoavaliações de como recursos como faixas ou quadros de classificação estão nos ajudando e nos prejudicando.

A promessa de um “distintivo” para se exercitar mais com o aplicativo Peloton pode motivá-lo quando você se sentir preguiçoso, disse Alter. Mas se você está tão motivado por recompensas que ignora os sinais de que seu corpo precisa descansar, então pode ser uma compulsão doentia.

Enganar a si mesmo

Nir Eyal, autor do livro “Indistraível: como controlar sua atenção e escolher sua vida”, disse que ele e sua esposa estavam grudados em seus dispositivos na hora de dormir e que isso estava arruinando seu sono e sua vida sexual. Então, Eyal comprou um aparelho barato que se conectava a uma tomada elétrica e desligava automaticamente seu roteador de internet doméstico às 10 horas todas as noites.

Eyal ou sua esposa poderiam ter se arrastado para fora da cama para ligar o WiFi novamente. Mas exigir um pouco de esforço foi o suficiente para interromper a rolagem indesejada na hora de dormir, disse ele.

Uma das técnicas é adotar uma saída forçada, enganando a si mesmo(a). (Foto: Pexels)

Programe uma quantidade limitada de tempo para o seu hábito

Especialmente para os jovens, pode ser útil planejar com antecedência as atividades que podem ser uma distração. Eyal disse que, se seu filho adolescente sabe que tem permissão para uma hora no YouTube às 19h, ele pode relaxar sem pensar em quando poderá acessar seu aplicativo favorito.

Eyal disse que leva cerca de 10 minutos todos os domingos para reservar um tempo em seu calendário semanal para obrigações de trabalho, tempo para a família e atividades como ler um livro ou fazer exercícios. Há até quatro horas reservadas a cada fim de semana para “espontaneidade planejada” com sua família para garantir que o tempo não seja interrompido.

Responsabilidade compartilhada

Anna Lembke, psiquiatra e autora de “Nação da Dopamina: Encontrando o Equilíbrio na Era da Indulgência diz que empresas de tecnologia, escolas, instituições sociais e governos têm a responsabilidade de ajudar a redefinir as normas sobre o uso da tecnologia.

Lembke elogiou as escolas que experimentaram bloquear os telefones dos alunos para que eles não possam usá-los durante o dia escolar. Ela também aplaudiu as restrições do governo em alguns países que limitam o tempo que os jovens podem passar jogando videogame ou usando aplicativos de mídia social. “A sociedade está sempre protegendo as pessoas de si mesmas”, disse ela.