Conservadores conquistam maioria em Madri, Sevilha e Valência; em resposta, primeiro-ministro convoca eleições gerais
Como previam as pesquisas, o Partido Popular – PP, a direita tradicional, foi o grande vencedor das eleições regionais na Espanha, realizadas neste domingo. O partido conservador conquistou 31,5% dos votos, contra 28,2% do Partido Socialista Operário Espanhol – PSOE, que lidera o governo central, com mais de 97% dos votos apurados.
Com o resultado das urnas, que marca uma mudança clara no mapa político da Espanha, o primeiro-ministro socialista, Pedro Sanchez, decidiu dissolver o parlamento e convocar eleições gerais antecipadas para o próximo dia 23 de julho. “Embora as eleições de ontem tenham um alcance local e regional, o significado do voto transmite uma mensagem que vai além disso. É por isso que, como primeiro-ministro e secretário-geral do Partido Socialista, assumo pessoalmente os resultados”, afirmou Sanchez.
Com essa decisão, os eleitores espanhóis decidirão se consolidam o resultado das eleições regionais, transferindo o poder para o Partido Popular ou se mantêm o Partido Socialista no comando do governo.
Os conservadores venceram em sete das 12 regiões que realizaram eleições e tiveram sucesso em várias regiões anteriormente dominadas pelos socialistas. Além de conquistar maioria absoluta no governo regional de Madri, o PP tomou da esquerda o controle de cidades importantes como Sevilha e Valência.
Nas eleições deste domingo, os espanhóis elegeram os parlamentos regionais de 12 das 17 regiões administrativas do país, além das cidades autônomas de Ceuta e Melilla, enclaves territoriais da Espanha no norte do Marrocos. No total, foram eleitos representantes em mais de 8 mil municípios.
Na comunidade de Madri, a mais importante do país, o PP – Partido Popular, que representa a direita tradicional, não apenas se manteve no poder, como conquistou maioria absoluta sem precisar de alianças.
A disputa foi acirrada entre direita e esquerda, em regiões importantes como Valência, La Rioja, Aragon e Baleares.
A grande preocupação dos partidos de esquerda e de centro é com o avanço do Vox, de extrema-direita, que já constitui a terceira força política no Parlamento espanhol, depois dos socialistas e da direita tradicional.
Antes do término das apurações, o secretário-geral do Vox, Ignacio Garriga, declarou que seu partido será uma força importante para, em coligação com a direita tradicional, assumir o controle de importantes comunidades regionais. O Vox duplicou os votos, em relação a 2018 e triplicou o número de conselheiros, passando de 500 para mais de 1.600.
O crescimento do Voz vem se registrando por etapas. Em 2018, o partido conseguiu, pela primeira vez, uma representação num parlamento regional, na Andaluzia. No ano passado, conquistou uma fatia do poder no governo regional de Castela e Leon, em parceria com o PP.
Em seu programa político, o Vox inclui as pautas extremistas que vão da xenofobia, incluindo a proposta de expulsão dos imigrantes, até a perseguição contra integrantes da comunidade LGBTQIA+. O combate ao direito ao aborto também faz parte da plataforma, prevendo até mesmo o cerceamento da atividade dos médicos que atendam clientes interessadas em interromper a gravidez.