TECNOLOGIA
Foto de D koi na Unsplash

Escolas dos Estados Unidos estão banindo o ChatGPT

Instituições públicas de Nova York foram as primeiras e logo outras acompanharam a decisão

Por: Júlia Castello
Da redação | 16 de abril de 2023 - 20:55
Foto de D koi na Unsplash

O alarme soou quando a Universidade de Stanford divulgou o resultado de uma pesquisa mostrando que 17% de seus estudantes admitiram ter usado o ChatGPT para realizar os trabalhos escolares e até nas provas. E a maioria pretende continuar utilizando. Até porque, conforme assinalam, o robô “faz um excelente trabalho”.

Não demorou muito para os responsáveis pelas principais instituições de ensino dos EUA se mobilizarem para impedir que os alunos passem a utilizar os recursos da Inteligência Artificial para realizar os trabalhos que deveriam fazer por conta própria, com base apenas no que aprendem na sala de aula.

As escolas públicas de Nova York foram as primeiras a banir o uso do ChatGPT e logo outras seguiram a tendência. A ação é uma resposta a uma preocupação crescente de eduNovacadores de que a ferramenta pode estar sendo utilizada como “trapaça”.

A questão é que outras plataformas como essa estão sendo lançadas. O Google lançou o Bard. Uma empresa denominada Anthropic está testando o Claude. E a DeepMind trabalha em outro denominado Sparrov.

Por enquanto, é impossível saber como as escolas vão fazer para controlar e impedir o uso de tantas plataformas diferentes. Principalmente, em relação aos trabalhos realizados em casa, o homework.

Dificuldades 

Um dos maiores problemas do ChatBot, já muito questionado e comprovado pelo especialista  em educação científica na Universidade da Geórgia, Xiaoming Zhai, é que ela erra nos fatos. Por mais lógico e verdadeiro que possa parecer, “o Telescópio Espacial James Webb tirou a primeira foto de um exoplaneta” como afirmou o Chat, não é verdade. Outro exemplo é de que o falcão, como pássaro, claro, não vive no oceano.

Além disso, o ChatGPT não fornece fontes para as informações criadas. O especialista em ética da tecnologia na University of Colorado, Casey Fiesler, fez um vídeo em que solicita fontes utilizadas pela plataforma. Ela não afirma que não sabe, mas inventa de onde os dados, informações foram retiradas.  As fontes parecem corretas, mas, na verdade, são falsas.

O outro lado

Apesar dos alertas, alguns pesquisadores são favoráveis a utilização desta tecnologia no aprendizado de crianças e adolescentes. Assim como uma calculadora para a matemática ou mesmo o Google para checar fatos históricos, o chatbot de Inteligência Artificial possa tornar algo que antes se exigia muito tempo, a se tornar algo mais simples e rápido.

Um exemplo é para as pessoas que estão aprendendo a trabalhar em um idioma. Alunos podem usar a plataforma criada pela OpenAI para ajudar a desenvolver e a melhorar sua redação e gramática. Xiaoming Zhai afirmou que ficou impressionado com a capacidade do programa de resumir o conhecimento e gerar um trabalho acadêmico.

Após a invenção e uso da calculadora e do Google, os professores terão, ao que tudo indica, repensar como ensinam ou avaliam seus alunos. Será que a melhor maneira é impedir que os alunos usem a Inteligência Artificial ou que sejam ensinados a utilizar a plataforma de forma mais consciente?

De acordo com alguns pesquisadores e educadores os alunos ainda terão que aprender a escrever sem a ajuda da IA. Assim como, as crianças ainda aprendem a fazer matemática básica, embora tenham calculadoras. Aprender como a matemática funciona nos ajuda a aprender a pensar sobre os problemas de matemática. Da mesma forma, aprender a escrever nos ajuda a aprender a pensar e expressar ideias.

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