Ex-líder da oposição ao regime venezuelano diz que cruzou a fronteira a pé e teme por sua família
The Washington Post
Juan Guaidó, que liderou um movimento de oposição contra o regime de Nicolás Maduro, da Venezuela, deixou o país nesta terça-feira e, de acordo com seu relato, cruzou a pé a fronteira com a Colômbia. Guiadó esperava ser recebido pelo presidente colombiano Gustavo Petro e participar de uma conferência internacional, em Bogotá, onde pretendia defender a redemocratização da Venezuela. Mas, ao invés disso, foi aconselhado a embarcar num voo com destino a Miami.
Ao desembarcar no aeroporto de Miami, Guiadó lamentou não ter sido recebido pelo presidente colombiano e disse que foi expulso do país. Ele também declarou que teme pela segurança de sua mulher e seus dois filhos, que ficaram na Venezuela. “A perseguição da ditadura, infelizmente, se estendeu à Colômbia. Foram difíceis as últimas horas”. Ao chegar aos Estados Unidos, ele disse que está seguindo os passos dos milhões de venezuelanos que foram obrigados a deixar o país, seja pela fome, o desemprego ou temendo perseguições políticas.
De acordo com a Agência para Refugiados das Nações Unidas, existem cerca de 6,8 milhões de venezuelanos espalhados pela América Latina, Estados Unidos e Espanha, entre outros países.
Juan Guiadó, um engenheiro de 39 anos, chefiou um governo paralelo em oposição ao regime de Nicolas Maduro, em 2019. Esse governo chegou a contar com o apoio dos Estados Unidos e mais 50 países. Quando Maduro proclamou vitória, nas eleições de 2018, consideradas fraudulentas por observadores internacionais, Guiadó recebeu apoio da União Europeia e dos EUA, e foi considerado presidente eleito democraticamente. Foi, então, que ele criou o governo paralelo. Na época, a Assembleia Nacional chegou considerá-lo presidente interino.