COMPORTAMENTO
Eles não querem tirar férias

Eles não querem tirar férias

Funcionários de empresas americanas evitam folgar para não desagradar os chefes

Por: Daiana Rodrigues Pereira
Da redação | 10 de agosto de 2022 - 22:00
Eles não querem tirar férias

Embora possa parecer estranho, existem pessoas que não querem sair em férias. E isso acontece com frequência em algumas empresas norte-americanas. É o que apontou um levantamento realizado pela plataforma de empregos Zippia, em San Francisco, Califórnia. Cerca de 55% dos americanos não usam toda a folga remunerada.

De acordo com a pesquisa, entre os motivos para para não tirar férias está o receio de prejudicar a equipe ou desagradar o chefe. Isso acontece porque os Estados Unidos são a única economia avançada no mundo que não garante por lei férias e feriados remunerados aos trabalhadores. Segundo o levantamento “Estatísticas de folga remunerada”, cerca de 28 milhões de americanos não têm direito a férias remuneradas.

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Férias obrigatórias, contra burnout e depressão

Diante desse cenário e pelo aumento de transtornos mentais como ansiedade, burnout (esgotamento profissional) e depressão, algumas empresas passaram a adotar as férias obrigatórias. Um exemplo é a empresa de marketing We Are Rosie. Os trabalhadores devem tirar, pelo menos, cinco dias de folga a cada trimestre. E, ao cumprir com esse cronograma, podem receber mais cinco dias de férias para tirar durante todo o ano.

Eles não querem tirar férias

Muitos americanos já tiraram férias para poder cuidar da saúde mental. (Foto: Pexels)

Outro exemplo foi a Balsamiq, empresa de software com funcionários na Itália, França, Alemanha e EUA. Os funcionários passaram a ter férias obrigatórias após a chefia perceber que as pessoas não estavam descansando o suficiente, principalmente os que trabalhavam nos Estados Unidos. Agora, estão obrigados a tirar, no mínimo, 20 dias de licença por ano.

No levantamento mais recente sobre o tema, houve um aumento de 9% entre os trabalhadores americanos que não saíram em férias – ainda que por apenas duas semanas – entre 2017 e 2018. Mesmo entre os que folgaram naquele ano, uma parcela considerável, de 52%, quebrou o descanso e trabalhou por alguns dias do período que deveria ser integralmente de férias.

Segundo a mesma pesquisa, devido ao trabalho excessivo, mais da metade dos americanos usaram folgas para cuidar exclusivamente da saúde mental. Para isso, 1 em cada 5 já chegou a enganar o chefe para folgar. E, um quarto, admite que mentiu para usar a folga para dormir.

 

 

 

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