Acordo deve proteger 100 espécies ameaçadas de extinção pela pesca predatória
Cerca de 200 países, participantes da 19º Conferência das Partes (CoP19), da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção, assinaram acordo se comprometendo a proteger uma ampla lista de espécies de plantas e animais considerados à beira da extinção. Entre elas, os tubarões, que são drasticamente afetados pela pesca predatória e o tráfico internacional. As barbatanas dos tubarões alcançam altos preços em países da Ásia, onde são utilizadas como alimento ou até para remédios caseiros, sem eficácia comprovada.
A conferência, realizada no Panamá, regulamentou o comércio internacional de 100 espécies de tubarões e raias, 160 anfíbios, 50 de tartarugas e cágados, várias espécies de pássaros canoros e até de 150 árvores. Todas que tiveram declínios nos últimos anos.
No Brasil, a situação é alarmante, já que não há uma fiscalização eficiente desse comércio, de acordo com José Truda Palazzo Jr, coordenador brasileiro do projeto Um Solo Mar. Os tubarões sofrem com a pesca artesanal e muitos são mortos antes de chegar à vida adulta. Por sua vez, as grandes frotas, usam equipamentos ilegais, que dizimam a cadeira alimentar. Segundo especialistas, as propostas aprovadas na Cop19 ajudarão a frear a exportação ilegal do País, além de permitir o repovoamento das espécies.
Os tubarões mais afetados são da família tigre, touro e azul.
Das 50 espécies dos pássaros, 19 se encontram em uma situação crítica ou já ameaçadas. Já o restante está chegando a um patamar semelhante. As aves canoras são, frequentemente, capturadas para serem usadas em competições de cantos. Shama de cauda branca e bulbul de cabeça de palha são as mais prejudicadas por esse comércio ilegal.