MEIO AMBIENTE

Duzentos países se comprometem a proteger tubarões

Acordo deve proteger 100 espécies ameaçadas de extinção pela pesca predatória

Por: Daiana Rodrigues Pereira
Da redação | 29 de novembro de 2022 - 21:55

Cerca de 200 países, participantes da 19º Conferência das Partes (CoP19), da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção, assinaram acordo se comprometendo a proteger uma ampla lista de espécies de plantas e animais considerados à beira da extinção. Entre elas, os tubarões, que são drasticamente afetados pela pesca predatória e o tráfico internacional. As barbatanas dos tubarões alcançam altos preços em países da Ásia, onde são utilizadas como alimento ou até para remédios caseiros, sem eficácia comprovada.

A conferência, realizada no Panamá, regulamentou o comércio internacional de 100 espécies de tubarões e raias, 160 anfíbios, 50 de tartarugas e cágados, várias espécies de pássaros canoros e até de 150 árvores. Todas que tiveram declínios nos últimos anos.

Falta de Fiscalização

Tubarão azul. (Foto: Fiocruz) Países terão que comprovar que as quantidades exportadas não impactarão negativamente as espécies.

No Brasil, a situação é alarmante, já que não há uma fiscalização eficiente desse comércio, de acordo com José Truda Palazzo Jr, coordenador brasileiro do projeto Um Solo Mar. Os tubarões sofrem com a pesca artesanal e muitos são mortos antes de chegar à vida adulta. Por sua vez, as grandes frotas, usam equipamentos ilegais, que dizimam a cadeira alimentar. Segundo especialistas, as propostas aprovadas na Cop19 ajudarão a frear a exportação ilegal do País, além de permitir o repovoamento das espécies.

Os tubarões mais afetados são da família tigre, touro e azul.

Pássaros usados para competições

Das 50 espécies dos pássaros, 19 se encontram em uma situação crítica ou já ameaçadas. Já o restante está chegando a um patamar semelhante. As aves canoras são, frequentemente, capturadas para serem usadas em competições de cantos. Shama de cauda branca e bulbul de cabeça de palha são as mais prejudicadas por esse comércio ilegal.

Bulbul com cabeça de palha. (Foto: Sociedade de Conservação da Vida Selvagem).

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