Sequenciamento genético pode ser usado para matar
Mais de 40 milhões de pessoas já fizeram o teste de DNA para saber informações sobre a sua ancestralidade e saúde ao redor do mundo, de acordo com levantamento divulgado pelo departamento de biologia da Universidade do Texas. Diante dessa enorme quantidade de informações sobre pessoas, congressistas norte-americanas levantam uma preocupação: o material genético de alguém pode ser usado para preparar uma arma biológica capaz de matar. Durante o recente Fórum de Segurança de Aspen, no Colorado, autoridades alertaram que as armas biológicas também podem matar animais e interromper o fornecimento de alimentos em todo o mundo.
Armas biológicas são aquelas produzidas a partir de compostos químicos ou material genético, utilizados para disseminação de agentes que causam doenças ou até mesmo epidemias. Pode ser um vírus, bactéria ou fungo, usados com a intenção de contaminar água, alimentos, ar ou o ser humano pelo contato.
Por sua vez, o senador norte-americano Marco Rubio deu mais um alarme. Ele mostrou que os laboratórios russos e chineses estão processando os testes de DNA de cidadãos americanos, adquiridos por meio do Medicare e Medicaid.
“É ridículo que nossas políticas atuais permitam que o Partido Comunista Chinês acesse os dados genéticos dos americanos”, disse Rubio em um comunicado.
Ele completou: “não há nenhuma razão para que Pequim, que rotineiramente procura minar a segurança nacional dos EUA, receba o nosso material genético”.
De acordo com a bióloga Leah Larkin, PhD pela Universidade do Texas, os motivos que levam os consumidores a pegar um kit, cuspir em um tubo ou esfregar suas bochechas e enviar as amostras de volta para que seus genes sejam analisados são vários: descobrir suas origens entre mais de 2 mil regiões, encontrar novos parentes, construir a árvore genealógica, revelar seu histórico familiar e testar o grau de parentesco entre pai e filho.
De alguma forma, falta proteção de propriedade intelectual ou proteção de privacidade. Isto ocorre porque os EUA não têm leis e nem regulamentos sobre o assunto. Nada impede que as moléculas possam até ser vendidas, por exemplo. Além disso, muitas dúvidas apareceram na pesquisa entre as empresas que oferecem esse tipo de serviço. Por exemplo, onde o material é armazenado? Em que condição? Como ele será usado? Quem realmente terá acesso? Até quando será guardado? Ele será ou não compartilhado? Com quem? Com quantas pessoas?
Segundo o jornal londrino Daily Mail, a 23andMe, uma das maiores do setor de sequenciamento genético, garantiu que não vende informações privadas dos clientes, mas a empresa é uma das muitas que já forneceu informações à polícia.