ECONOMIA
Economistas alertam para ruína fiscal nos EUA

Dívida interna dos EUA bate recorde e economistas recomendam medidas urgentes

Dívida americana na casa de US$ 31 trilhões ameaça a economia e pode gerar onda inflacionária

Por: Mario Augusto
Da redação | 26 de dezembro de 2022 - 13:54
Economistas alertam para ruína fiscal nos EUA

A dívida interna dos Estados Unidos bateu o recorde de US$ 31 trilhões em outubro de 2022, disparando um alerta em direção a uma possível quebra fiscal do país. A disparada da dívida causa o temor de uma crise com potencial para gerar repercussões mundiais.

“Este é um território totalmente desconhecido. São níveis de endividamento nunca antes vistos. Isso vai exceder até mesmo a dívida do Japão, que é a maior dívida como parcela da economia em todo o mundo industrializado”, afirma Brian Riedl, membro sênior do Manhattan Institute.

A relação dívida/PIB dos EUA já atingiu os níveis mais altos desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O déficit anual mais recente para o ano fiscal de 2022 foi de US$ 1,38 trilhão, segundo o Tesouro. Com déficits anuais crescentes, a maior economia do mundo caminha para uma relação dívida/PIB de 120%. Ou seja, a dívida interna é hoje muito maior do que toda a riqueza produzida pelo país.
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A relação dívida/PIB dos EUA está perto de 120% (Foto: Pexels)

Um dos riscos seria a inadimplência da dívida interna, apesar de improvável já que os EUA têm o controle sobre o dólar e pode tomar empréstimos em sua própria moeda. Mas, especialistas alertam que o país poderia simplesmente parar de cumprir as obrigações da dívida em algum momento no futuro caso ela fique fora de controle.

Nesse cenário, os investidores poderiam se assustar ao injetar capital nas empresas americanas, e as taxas de juros provavelmente disparariam sobre a dívida. Isso significaria inflação e recessão.

Medidas para evitar o caos

O remédio para conter uma espiral inflacionária pode ser bastante amargo, ou seja, aperto monetário e juros mais altos sobre os saldos das reservas, o que provavelmente aumentaria as taxas de juros da dívida nacional. Isso levaria a um dilema de Dâmocles. Os EUA podem ser forçados a escolher entre financiar sua dívida ou vencer a inflação.

“O perigo real é se eles esperarem 10 ou 15 anos, vendo a dívida realmente crescer a um nível incontrolável, e então tiverem que fazer aumentos drásticos e brutais de impostos e cortes de gastos que causarão muito mais dor”, disse Riedl. “Se eles fizerem isso agora e fizerem certo, acho que a dor econômica pode ser minimizada”, recomenda o economista.

Os pagamentos de juros sobre a dívida continuam a disparar. Do orçamento federal de aproximadamente US$ 6,27 trilhões em 2022, os pagamentos de juros custaram US$ 475 bilhões, bem acima dos US$ 357 bilhões iniciais projetados pelo governo. Nesse ritmo, em cerca de 30 anos, o pagamento dos juros da dívida representará quase metade de toda a receita tributária federal, de acordo com projeções feitas pelo Peterson Institute for International Economics.

Economistas acreditam que a situação exige uma intervenção imediata do Congresso no sentido de tomar medidas mais austeras para reduzir o déficit fiscal e evitar que o tamanho da dívida inviabilize a economia americana no médio e longo prazo.

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