Pesquisa aponta melhoria de sintomas de doenças com a redução de apenas metade do tempo na tela
As redes sociais estão se tornando cada vez mais um espaço para influenciadores fitness, que criam e reforçam certos padrões de beleza. A criação do “padrão”, que é em sua maioria inatingível, pode causar distúrbios alimentares, doenças mentais e insegurança com o próprio corpo.
Redes espalham padrões de beleza inatingíveis. (Foto: FreePik)
Um novo estudo do instituto “Children’s Hospital of Eastern Ontario Research”, do Canadá, em parceria com a American Psychological Association, mostrou que reduzir pela metade o tempo nas redes sociais traz melhorias significativas para os adolescentes e crianças. Surpreendentemente, este afastamento das telas não precisa ser por um longo período. Os resultados foram observados nos jovens que fizeram o esforço por apenas três semanas.
Causas e consequências
Atualmente, crianças e adolescentes passam em média de seis a oito horas por dia nas redes sociais. Por isso, é mais do que necessário entender o conteúdo que está sendo consumido por este público e quais seus impactos. Ao ver centenas ou até milhares de fotos e vídeos por dia de corpos magros, fortes e considerados belos, desenvolve-se uma maior insatisfação com o próprio peso e corpo.
Os problemas podem ser ainda mais sérios dependendo da faixa etária. De acordo com um dos principais autores da pesquisa, Gary Goldfield, “A adolescência é um período vulnerável para o desenvolvimento de problemas de imagem corporal, distúrbios alimentares e doenças mentais”. Os resultados da pesquisa, em que participaram 220 estudantes de graduação entre 17 e 25 anos, foi publicado na revista científica, Psychology of Popular Media.
Para crianças entre 2 e 5 anos, a recomendação é de apenas uma hora por dia. (Foto: FreePik)
Limitações a curto e a longo prazo
O objetivo dos pesquisadores agora é realizar um novo estudo com limitação do uso das mídias por mais de três semanas para entender se o período a longo prazo pode trazer ainda mais benefícios. “Reduzir o uso da mídia social é um método viável de produzir um efeito positivo de curto prazo na imagem corporal entre uma população vulnerável de usuários e deve ser avaliado como um componente potencial no tratamento de distúrbios relacionados à imagem corporal”, conclui.
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que os pais limitem o uso de redes sociais e, telas no geral, aos seus filhos. Para crianças entre 2 e 5 anos é recomendado apenas uma hora por dia. Para crianças entre 6 e 10 o tempo limite deve ser de duas horas por dia. Já para os adolescentes, com idades entre 11 e 18 anos, a indicação é de, no máximo, três horas por dia, incluindo o uso de videogames.
