Estudo mostra que o melhor horário para as refeições fica entre a manhã e meio da tarde
Quem precisa perder peso deve saber que isto não combina com jantares noturnos ou até mesmo fazer as últimas refeições no início da noite. Aqueles que têm esse hábito podem estar a caminho da obesidade. Estudo feito por pesquisadores da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, mostra que o melhor horário para as refeições, para quem precisa fazer regime, é entre 7h da manhã e 15h. De acordo com os pesquisadores, esta é uma fórmula eficaz para perder mais rapidamente alguns quilinhos indesejáveis.
A pesquisa sobre o jejum intermitente foi feita com 90 adultos com obesidade, entre 25 e 75 anos, durante 14 semanas. Eles seguiam as mesmas restrições quanto aos alimentos a ingerir diariamente, mas foram separados em dois grupos: os que concentravam a ingestão de alimentos entre 7 e 15 horas e os que podiam dividir as refeições por mais de 12 horas. No final, concluíram que os que seguiram a maior restrição de horário e jejuaram por 16 horas perderam mais peso (-6,3kg) do que os outros participantes (-4,0kg).
Outros resultados também observados pelos pesquisadores foram uma melhora nos níveis de pressão arterial, diminuição do cansaço e até redução dos sintomas recorrentes em distúrbios de humor e na depressão. Mas observou-se que os níveis de gordura corporal foram pouco afetados. Ao reduzir o peso, sem diminuir a gordura, muitos dos pesquisados apresentaram perda de massa magra, o que envolve a diminuição de líquido e até massa muscular.
Segundo o estudo, adultos que aderem à restrição de tempo na dieta perdem, normalmente, entre 1% e 4% do peso corporal em algumas semanas. Isso acontece porque há um aumento da queima de calorias, o que melhora todo o sistema cardiometabólico.
O jejum intermitente tornou-se famoso nas redes sociais e foi uma saída encontrada por muitas pessoas para conseguir o tão sonhado emagrecimento. Mas é necessário ter cautela e buscar a ajuda de um especialista. Lilian Sant’Anna, coordenadora de nutrição clínica do Hospital do Coração, Hcor, diz que cada pessoa tem um ritmo metabólico diferente. Assim como uma necessidade nutricional específica. O que significa que toda dieta deve ser acompanhada por um profissional da área, e, assim, adequar a alimentação correta para o indivíduo.
“A ausência de nutrientes, a longo prazo, pode acarretar alterações importantes ao organismo, como queda ou enfraquecimento do cabelo, constipação intestinal, osteoporose, anemia, desidratação, atividade mental comprometida, dificuldade de concentração, ansiedade e irritação”, explica Lilian.
O estudo da Universidade do Alabama também fez a ressalva de que é necessário mais tempo para comprovar que o jejum intermitente é eficiente para todas as pessoas na perda de peso e melhora as condições de saúde. Um dos motivos para essa afirmação foi a necessidade de mais análises, devido a amostra pequena de pessoas (90) e pelo fato de que grande parte dos participantes era de mulheres (72%).
Entretanto, 41% dos que concluíram da pesquisa planejavam continuar o jejum intermitente. A avaliação ocorreu entre agosto de 2018 e abril de 2020.