Restrições à liberdade de expressão, populismo, corrupção e ameaça de recessão global estão entre os principais desafios
O número de países que avançam para o autoritarismo é maior do que aqueles que garantem as instituições democráticas. É o que aponta um estudo elaborado pelo IDEA, Instituto para Democracia e Apoio Eleitoral, sediado em Estocolmo, que inclui o Brasil entre os países ameaçados.
De acordo com o estudo intitulado Estado Global da Democracia, metade das democracias no mundo estão em declínio, enquanto os regimes autoritários não param de avançar.
O levantamento destaca que até mesmo democracias consolidadas, como os Estados Unidos, estão ameaçadas pela polarização política, ameaças às liberdades civis e erosão das instituições.
“Nunca houve tanta urgência para que as democracias reajam, a fim de mostrar a seus cidadãos que podem criar contratos sociais novos e inovadores, que unem as pessoas, ao invés de dividi-las”, afirma o secretário-geral do IDEA, Kevin Casas-Zamora. Segundo ele, o mundo enfrenta uma série de crises, que vão das restrições à liberdade de expressão, à corrupção, desconfiança nos resultados eleitorais e a ameaça de recessão global.
Casas-Zamora também inclui entre os desafios aos regimes democráticos a desilusão dos jovens com os partidos políticos, o populismo e o surgimentos de partidos de extrema-direita, que provocam a polarização. Em meio a todos esses pontos ele também destaca a questão ambiental. Trata-se de uma “mistura tóxica”, a ser enfrentada pelos governos que tentam sustentar as instituições criadas para garantir os direitos dos cidadãos, alerta o pesquisador.
O número de democracias que mais sofreram erosão nas instituições aumentou de 6 para 7, de acordo com o estudo do IDEA e inclui: Brasil e Estados Unidos, que passaram a fazer parte desde o ano passado, ao lado da Hungria, Índia, Polônia e Ilhas Maurício. El Salvador foi o mais recente país a integrar o grupo.
Entre outros exemplos, o estudo divulgado em Estocolmo destaca: