Estudo realizado pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, indica que a curiosidade pode trazer inúmeros benefícios para a saúde mental. De acordo com os pesquisadores, ter interesse em se aprofundar em diversos assuntos estimula áreas do cérebro que liberam a dopamina. Esse neurotransmissor provoca sensação de prazer, satisfação e motivação.

Entre outros benefícios, os estudos mais recentes sobre o tema apontam os seguintes:

– Melhora na memória:  por conta da dopamina liberada pelo sistema nervoso central, o cérebro fica mais “preparado” para receber uma informação e, consequentemente, codificar melhor os dados na memória.

– Aumento da paciência: esse é um ponto estudado, atualmente, pela Universidade de Duke, na Carolina do Norte. Até o momento, foi observado que, quando uma pessoa está curiosa, ela tem mais paciência para esperar e ver o resultado final. Sendo assim, pessoas menos curiosas, por outro lado, são mais impacientes para concluir uma tarefa.

– Aumento da criatividade: pessoas curiosas são mais aptas a construir ideias interessantes e originais.

– Bem-estar: de acordo com o professor de psicologia, George Mason, da Universidade de George Mason, nos Estados Unidos, uma pessoa curiosa é mais aberta para ouvir a opinião de outras pessoas, por mais que sejam contrárias.

Mercado de trabalho

A curiosidade também faz parte das “soft skills”, que são as características interpessoais valorizadas no mercado de trabalho. De acordo com a plataforma de empregos Indeed, a curiosidade intelectual é um ponto bem avaliado por empregadores, porque pessoas com essa característica, geralmente, são melhores aprendizes e dispostas a enfrentar desafios; são funcionários mais criativos e propensos a desenvolver soluções; e se interessam mais pelo ambiente de trabalho, ou seja, são mais proativos.

Por outro lado, também é importante os chefes instigarem a curiosidade da equipe para obter melhores resultados profissionais. Segundo Mason, isso pode ser feito através da oferta de uma autonomia maior no ambiente profissional. O indivíduo escolhendo de forma voluntária, por exemplo, qual projeto ele deseja participar e não uma imposição.

Os chefes também devem estimular a curiosidade dos funcionários para um melhor desempenho. (Foto: Freepik)

Curiosidade de interesse x Curiosidade de privação

Os especialistas alertam que é necessário saber que tipo de curiosidade está sendo despertado em você. Segundo um estudo publicado no Journal of Research in Personality, existem dois tipos de curiosidade, a de interesse e a de privação. As duas se diferenciam pelos resultados muito diferentes.

A curiosidade de interesse é quando a pessoa tem vontade de aprender e se aprofundar em determinado conhecimento. Por outro lado, a de privação, são pessoas que se interessam por qualquer tipo de informação, sem fazer uma análise crítica. Ou seja, elas são abertas para tudo, podendo abstrair coisas que não são positivas para o enriquecimento intelectual. São descobertas rasas voltadas para o entretenimento.

Caminhos para se tornar uma pessoa curiosa

A curiosidade está associada ao desejo de uma pessoa de ter um momento de realização e conquista. Com isso, o primeiro passo para trabalhar essa característica, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Princeton, é ter noção de quais são as utilidades de um determinado conhecimento. Criar uma lista com perguntas que gostaria de responder após uma experiência é importante para manter o foco em uma atividade. Com esses simples gestos haverá, naturalmente, o surgimento da curiosidade e engajamento na tarefa desejada.

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