SAÚDE

Pessoas com propósito de vida bem definido vivem mais e melhor

Ter um senso de direção na vida influi na saúde física e mental e ajuda a criar ânimo para o dia a dia

Por: Marcelo Bonfá
Da redação | 17 de novembro de 2022 - 21:55

Encontrar um motivo para sair da cama todas as manhãs pode prolongar a existência de uma pessoa por muitos anos. É o que indica um trabalho realizado na Universidade de Boston, Massachusetts.  Pesquisadores relatam que pessoas com níveis mais altos de propósito na vida podem ter risco menor de morrer de qualquer causa.

A relação positiva entre o propósito e a longevidade das pessoas se manteve independentemente da raça, etnia ou gênero. Segundo o estudo, publicado no jornal “Preventive Medicine”, as mulheres parecem se beneficiar um pouco mais na hora de encontrar o seu propósito do que os homens.

O “propósito”, a que se referem os pesquisadores, é um senso de direção e objetivos em sua vida e está associado a inúmeros benefícios à saúde nos últimos anos. Isso inclui melhor condicionamento físico, menor risco de doença cardiovascular e menor risco de perda de memória.

“Ter um propósito na vida pode garantir muitos resultados de saúde”, diz o autor principal do estudo, Dr. Koichiro Shiba, professor assistente de epidemiologia na Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston (BUSPH) , em um comunicado à imprensa.

Independe de gênero e etnia

“Em outro estudo que liderei, descobrimos que o efeito do propósito de vida na redução da mortalidade por todas as causas pode diferir de acordo com o status socioeconômico. Neste estudo, estendemos as evidências anteriores e descobrimos que o efeito benéfico do propósito persistiu independentemente de gênero e raça/etnia.”

Dr. Shiba e as colegas da Escola de Saúde Pública de Harvard usaram dados de um número representativo de adultos dos EUA com 50 anos ou mais para realizar esta pesquisa. Os autores do estudo analisaram o senso de propósito auto-relatado entre mais de 13 mil participantes. Esta análise foi baseada no segmento “propósito na vida” das Escalas de Bem-Estar Psicológico Ryff, uma ferramenta amplamente utilizada que mede diferentes aspectos do bem-estar e felicidade. Enquanto isso, o risco de mortalidade também foi avaliado abrangendo um período de oito anos, começando entre 2006 e 2008.

O autor do estudo explica que a associação mais forte entre propósito e mortalidade observada especificamente entre as mulheres pode estar relacionado com as diferenças de gênero no uso de serviços de saúde. “As evidências sugerem que os homens tendem a subutilizar os serviços de saúde necessários, devido à norma social”, diz Dr. Shiba.

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