Hábito até pode ser positivo, mas o excesso leva a pessoa a um mundo de fantasia
Inúmeros estudos já comprovaram que o daydreaming, ou sonhar acordado, estimula a criatividade, ajuda na solução de problemas e até serve de antídoto para a solidão. Em média, as pessoas passam até 30% do tempo sonhando acordadas ou imaginando como resolveriam certas questões.
O problema identificado por pesquisadores da Universidade de Sussex, no Reino Unido, é quando uma pessoa passa a maior parte do tempo desligada da realidade. Isto pode resultar na criação de um mundo de fantasia que torna mais difícil aceitar o real.
Calcula-se que cerca de 2,5% dos adultos tendem a se desligar do mundo real e cair na tentação de sonhar acordado. Algumas chegam a passar horas pensando em situações imaginárias, onde tudo parece mais fácil. Isso acaba criando problemas no trabalho, nos estudos e até nas relações pessoais.
A pesquisa realizada em Sussex e publicada na revista The Conversation relata que, entre os entrevistados, alguns admitiram sofrer de distúrbios psicológicos, dificuldade para dormir e problemas nos relacionamentos pessoais. Os voluntários também confessaram ter vergonha de admitir que passam boa parte do tempo sonhando acordados e que sempre tentam esconder isso dos outros.
Outros relatos falam numa forte tendência para se desligar do mundo real e uma irritação quando não conseguem fazer isso. A maioria também encontra dificuldades para parar com o daydreaming ou reduzir o tempo em que se desconectam da realidade.
Para aqueles que se sentem afetados pelo problema, o estudo recomenda a busca de apoio de um terapeuta. Mas o primeiro passo é admitir o hábito e a dificuldade para se manter no mundo real.