Ela desapareceu depois de dar um golpe de 4 bilhões de dólares
A búlgara Ruja Ignatova, conhecida como “a rainha das criptomoedas” entrou para a lista dos 10 mais procurados do FBI, a polícia federal norte-americana. Ela desapareceu depois de atrair vários clientes para um esquema que ficou conhecido como OneCoin. Ignatova e seus cúmplices fugiram depois de lesar os clientes em mais de 4 bilhões de dólares. A Europol, a polícia internacional, acredita que ela desapareceu depois de receber informações de que estava sendo procurada, que vazaram de documentos policiais. Embora esteja desaparecida desde 2017, só agora ela entrou para a lista dos mais procurados do FBI.
Acredita-se que documentos da própria polícia foram passados para Frank Schneider, um ex-espião e conselheiro de confiança de Ignatova, que fazia um podcast chamado “The Missing Cryptoqueen”.
Schneider nega as acusações e disse que ele recebeu as informações de Ignatova, por meio de um cartão de memória USB. Segundo ele, os próprios documentos sugerem que as informações da investigação e prisão foram passadas por meio de contatos da “Criptoqueen” na Bulgária.
Promotores dos Estados Unidos, responsáveis pelo caso, alegaram que Schneider forneceu as informações confidenciais da polícia, embora não tenham esclarecido se os papéis se referem especificamente aos arquivos vistos e compartilhados pelo podcast. Atualmente, Frank Schneider corre risco de extradição para os Estados Unidos, por suposto envolvimento na fraude. A “Europol”, agência de inteligência da Europa, com sede nos Países Baixos, disse em entrevista à BBC que está investigando o caso.
Os documentos, que supostamente foram recebidos por Ignatova, antes dela desaparecer em 25 de outubro de 2017, contêm apresentações feitas em um encontro da Europol, “Operação Satélite” em Haia. A reunião, ocorrida em 15 de março de 2017, contou com a presença do FBI, do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e do promotor público de Nova York. Oficiais do Reino Unido, Alemanha, Holanda, Dubai e Bulgária também estiveram presentes.
Os documentos demonstram que Ignatova teve acesso as investigações sobre as contas bancárias da OneCoin, nos quais constavam depósitos de investidores.
Ignatova é a única mulher entre os 10 nomes mais procurados da agência de inteligência. Os investigadores acreditam que ela pode ter mudado sua aparência e que viaja com seguranças armados. A “Criptoqueen” foi vista pela última vez embarcando em um voo da Bulgária para a Grécia em 2017.
O FBI divulgou um comunicado oferecendo uma recompensa de 100 mil dólares, cerca de 500 mil reais, por qualquer informação que leve à prisão de Ignatova. Atualmente, ela é acusada de oito crimes, que incluem fraude eletrônica e fraude de valores mobiliários. O golpe começou em 2014, com a oferta de comissões aos compradores se eles vendessem a moeda para mais pessoas. Entretanto, o OneCoin, como foi chamado, não tinha valor e nunca foi protegido pela tecnologia blockchain usada por outras criptomoedas.