ECONOMIA

Cotação da libra volta a cair em relação ao dólar

Ingleses enfrentam inflação e uma grande perda no poder de compra

Por: Lucas Saba
Da redação | 7 de setembro de 2022 - 21:56

A libra esterlina caiu 0,64%, para US$ 1,145 na tarde de quarta-feira – nível não registrado desde 1985. As perspectivas econômicas para o Reino Unido para os próximos meses são preocupantes. Neste ano, a inflação já atingiu um patamar recorde superior a 10%, a maior em quatro décadas. Em 2023, pode superar 15% segundo alguns economistas britânicos.

A nova primeira-ministra Liz Truss deve anunciar ainda hoje um plano para a retomada do crescimento e também para enfrentar a crise no setor de energia. Inicialmente, o valor do pacote era estimado em 100 bilhões de libras, mas nas últimas horas algumas fontes políticas já falavam em 200 bilhões de libras, algo próximo de 1 trilhão e 400 bilhões de reais. Parte desse dinheiro será destinada a ajudar as famílias a cobrirem os custos com as contas de energia e outra parte para as empresas.

De acordo com o lavamento do Governo do Reino Unido uma casa que paga £ 1.971 deve aumentar para 3.549  (de cerca de 14 mil reais para mais de 20 mil reais) já em outubro, se nada for feito até lá.

Esse aumento de quase 60% se deve por alguns motivos políticos e econômicos, o principal deles a decisão da Rússia de cortar  drasticamente o fornecimento de gás para a Europa. Além disso, desde o Brexit o país vem sofrendo com o encolhimento do PIB e alta na inflação. Para fechar, o Reino Unido ainda não se recuperou totalmente da pandemia.

Andrew Bailey, Governador do Banco da Inglaterra, afirmou que a recessão não está perto do fim. “Infelizmente a recessão continua sendo uma ameaça para o Reino Unido no futuro próximo”.

Bailey fez questão de culpar Putin pela crise financeira, “a recessão é causada pelas ações da Rússia e pelo impacto nos preços da energia. A pessoa que vai colocar o Reino Unido em recessão é Vladimir Putin, não o MPC (Comitê de Política Monetária)”.

Libra cai

Inflação bate recorde no Reino Unido e população perde poder de compra.

O Banco da Inglaterra aumentou as taxas de juros para valores nunca vistos nas últimas três décadas, na tentativa de manter os preços sob controle. Porém a medida se mostrou ineficaz, tornando os empréstimos mais caros, o que significa que as pessoas têm menos dinheiro para gastar e os preços param de subir com a mesma rapidez.

Durante sua campanha, a nova primeira-ministra Liz Truss atacou o Banco da Inglaterra, por permanecer na inércia, enquanto o povo inglês agoniza na inflação recorde, trazendo prejuízo para as famílias mais pobres. Entretanto, para alguns economistas o plano de Truss para frear o aumento do preço da conta de energia pode ser um bom remédio a curto prazo, porém nada que solucionara o problema.

De acordo com o Gabinete de Estatísticas Nacionais do Reino Unido , quatro em cada 10 pessoas que pagam contas de energia já estão achando “muito difícil pagá-las”.

Para a Instituição de caridade End Fuel Poverty Coalition (Acabar com a Pobreza do Combustível) estima que, se o teto do preço da energia for congelado em £ 2.500 em outubro, quase 7 milhões de lares do Reino Unido ainda estarão em pobreza de combustível neste inverno – acima dos 4,6 milhões no inverno passado.

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