Trinta países enviaram equipes de socorro e ajuda material, mas as condições do tempo e as dificuldades de coordenação atrapalham os esforços
A coordenação das operações de ajuda às vítimas dos terremotos que atingiram a Turquia e Síria é um dos principais desafios da Agência para Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), que tem dezenas de equipes sob sua responsabilidade nas áreas mais afetadas pela tragédia.
A tarefa principal é localizar possíveis vítimas ainda soterradas sob os escombros de suas casas ou apartamentos. Mas também é preciso decidir como e para onde levar água, alimentos, remédios, equipes de primeiros socorros e barracas de campanha. Mais de 30 países participam da operação internacional de ajuda.
O número de vítimas não para de aumentar. Calcula-se que mais de 17.000 pessoas morreram e dezenas de milhares ficaram feridas e perderam suas casas ou apartamentos.
Em outra frente, 15 equipes, de 13 países da União Europeia, já estão trabalhando nas cidades mais atingidas, levando atendimento médico e ajuda material aos feridos e desabrigados. Esses grupos operam em estreita colaboração com o governo da Turquia, que transmite à Comissão Europeia as informações necessárias para o deslocamento dos grupos de ajuda.
As condições do tempo pioraram nas últimas horas, dificultando o trabalho das equipes de resgate e tornando ainda mais precária a situação dos milhares de desabrigados. As temperaturas despencaram para 2 a 4 graus negativos em algumas áreas, enquanto em outras caiu uma chuva intensa, acompanhada de muitos ventos. Na província de Malatya, na Turquia, a neve cobriu extensas áreas já devastadas pelos tremores.
Estradas e pontes destruídas
Outro obstáculo para as equipes de socorro são as estradas e pontes, boa parte destruídas pelos terremotos. Quando as condições do tempo e locais de pouso permitem, o transporte é feito por helicópteros, mas as viagens são reduzidas e estão longe de atender à demanda por ajuda.
Segundo o vice-presidente da Turquia, Fuat Oktay, mais de 8.000 pessoas já foram resgatadas dos escombros. E cerca de 380.000 foram levadas para abrigos do governo ou hotéis.
O presidente Recep Erdogan declarou que 13 milhões – dos 85 milhões de habitantes da Turquia – foram afetados de alguma forma pelos terremotos. Dez províncias foram colocadas sob estado de emergência.
Por sua vez, um porta-voz da Organização Mundial de Saúde, Adelheid Marschang, informou que pelo 23 milhões de pessoas, na Turquia e Síria, sofreram os efeitos dos tremores, seja com a perda de familiares, ferimentos ou danos materiais.