Esse tipo de míssil tem capacidade para carregar ogivas nucleares e bombardear vários lugares pelo mundo ao mesmo tempo
A Coreia do Norte disparou três mísseis balísticos em sua costa leste nesta quinta-feira, incluindo um míssil balístico intercontinental — de longo alcance –, aumentando as tensões internacionais, em um ano recorde de testes de armas pelo governo norte-coreano do ditador Kin Jong-un.
Os lançamentos ocorreram um dia depois que a Coreia do Norte disparou cerca de duas dúzias de mísseis, com um deles caindo perto das águas sul-coreanas pela primeira vez desde o fim da Guerra da Coreia, há quase 70 anos. Foi o maior número de mísseis lançados pela Coreia do Norte em um único dia.
Os dois eventos desta semana elevaram ainda mais a tensão da Coreia do Norte com o Ocidente. Os múltiplos lançamentos norte-coreanos ocorrem quando os EUA e a Coreia do Sul estão realizando seus maiores exercícios aéreos conjuntos de todos os tempos, “agressivos e provocativos”, segundo definiu o governo de Pyongyang.
Os lançamentos levaram o governo japonês a emitir um raro alerta de emergência na manhã de quinta-feira para residentes em algumas de suas regiões do norte, dizendo-lhes para ficarem em casa.
Tóquio disse inicialmente que o míssil havia sobrevoado o Japão, mas o ministro da Defesa, Yasukazu Hamada, disse mais tarde que “não cruzou o arquipélago japonês, mas desapareceu sobre o Mar do Japão”.
Mais tarde, o primeiro-ministro Fumio Kishida condenou os ” seguidos lançamentos de mísseis” da Coreia do Norte, chamando-os de “ultraje”.
Os EUA disseram que o lançamento demonstrou a ameaça que o programa de mísseis da Coreia do Norte representa para os vizinhos e para a paz e segurança internacionais. “Nossos compromissos com a defesa da República da Coreia e do Japão permanecem firmes”, disse um porta-voz do Departamento de Estado.
Após o lançamento do ICBM, os EUA e a Coreia do Sul concordaram em estender seus exercícios aéreos conjuntos além da data prevista para sexta-feira, disse a Força Aérea da Coreia do Sul.
Isso ocorre apenas um mês depois que a Coreia do Norte lançou um míssil balístico sobre o Japão – a primeira vez em cinco anos.
Apesar das sanções políticas e econômicas que vem sofrendo, a Coreia do Norte realizou seis testes nucleares entre 2006 e 2017 e acredita-se que esteja planejando um sétimo.
Além disso, o governo norte-coreano continuou a aumentar sua capacidade militar, violando as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas — em clara ameaça aos vizinhos e geral alcance de ataque contra os EUA.
Na quarta-feira, um dos mísseis balísticos de Pyongyang cruzou a Linha do Limite Norte (NLL), uma fronteira marítima disputada entre as Coreias e aterrissou no ponto mais próximo que um míssil norte-coreano chegou dessa fronteira, elevando a tensão na área.
Seul respondeu com aviões de guerra disparando três mísseis ar-terra que também cruzaram a linha de demarcação marítima disputada.