Documento com mais de um milhão de assinaturas exigia mudança para proteger a biodiversidade
A Comissão Europeia decidiu não apresentar uma nova legislação, suspendendo o uso de pesticidas, para salvar a população de abelhas na Europa, ignorando assim o abaixo-assinado que teve o apoio de mais de um milhão de pessoas. Desde 2019, os cidadãos europeus pedem a eliminação definitiva dos pesticidas até 2035, para restaurar a biodiversidade. A Comissão propõe uma lei mais branda: a redução dos defensivos agrícolas em 50% até o fim de 2030.
Martin Dermine, é responsável por formular o plebiscito. Ele trabalha para a ONG Pesticide Action Network. “Há uma forte ligação entre as abelhas e a situação do meio ambiente, a exposição dos cidadãos a pesticidas e também a saúde dos agricultores. Portanto, esta iniciativa de cidadania, ao dar uma mensagem forte aos tomadores de decisão, definitivamente ajudará as abelhas, porque elas são as primeiras afetadas pelos pesticidas. E reduzir os pesticidas também será melhor para as pessoas que vivem em áreas rurais,” disse Dermine.
Uma em cada três espécies de polinizadores está em declínio na Europa e 80% das culturas e espécies de plantas selvagens dependem da polinização. O bloco já se pronunciou que não vai propor nenhuma nova legislação.
Para Adalbert Jahnz, porta-voz da Comissão Europeia, a resposta à iniciativa é que “é realmente tempo para o Parlamento e o Conselho encontrarem rapidamente acordos sobre as propostas legislativas que nós – a Comissão Europeia – fizemos e é tempo também de os Estados-Membros implementarem de forma ambiciosa a nova Política Agrícola Comum”.
Mas “não é tempo de reabrirmos agora a nossa proposta legislativa ou de apresentarmos novas propostas legislativas. O essencial e urgente é manter o nível de ambição que a Comissão colocou em cima da mesa dos co-legisladores e traduzir realmente a ambição dos cidadãos em lei vinculativa.