MEIO AMBIENTE
Foto: British Antarctic Survey - BAS

Cientistas rastreiam icebergs gigantes que ameaçam a navegação  

As duas enormes massas de gelo flutuam pelo Atlântico Sul e também colocam em risco a pesca e a vida selvagem

Por: Marcelo Bonfá
Da redação | 13 de março de 2023 - 21:55
Foto: British Antarctic Survey - BAS

Cientistas britânicos estão rastreando dois dos maiores icebergs já registrados, um do tamanho da Grande São Paulo e outro ligeiramente menor. As duas grandes massas de gelo flutuante, denominados A81 e A76a, se separaram da Antártica, com o último indo em direção à Geórgia do Sul. Os pesquisadores dizem que isto pode afetar a navegação, a pesca e a vida selvagem.

O A76a com sua forma de tábua de passar roupa gigante, tem 135 km de comprimento, 25 km de largura, mais de 3.000 quilômetros quadrados, separou-se da plataforma de gelo Filchner-Ronne, na Antártica, e é o maior iceberg flutuante do planeta.

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Foto aérea preocupante do A81 depois que ele se separou da plataforma de gelo Brunt. Foto: British Antarctic Survey – BAS / Divulgação

O Instituto Britânico de Estudo Polar (British Antarctic Survey – BAS) também divulgou as primeiras fotos aéreas do A81 depois que ele se separou da plataforma de gelo Brunt, em janeiro deste ano, onde fica a Estação de Pesquisa BAS Halley. Esse outro pedaço mede 1.550 quilômetros quadrados e está flutuando a cerca de 15 km de seu ponto de origem.

O professor Geraint Tarling, chefe da equipe de ecossistemas da BAS, disse: “Um iceberg desse tamanho terá um grande impacto nos ecossistemas oceânicos que sustentam a rica diversidade da vida selvagem marinha encontrada nesta região da Antártica”. Ele disse que isso pode ter impactos positivos, pois o derretimento liberará nutrientes que podem ajudar as plantas microscópicas.

No entanto, o pesquisador acrescentou que também pode ter impactos negativos, pois o derretimento em grande escala despeja muita água doce, diminuindo os níveis de salinidade e tornando as águas “inadequadas” para muitos fitoplânctons, o que pode afetar outras partes da cadeia alimentar, incluindo peixes, pássaros e baleias.

O ecologista Mark Belchier, diretor de pesca e meio-ambiente do governo da Geórgia do Sul e das Ilhas Sandwich do Sul, disse que a “principal” preocupação é o possível risco para as embarcações que operam na região quando o iceberg começa a se desintegrar.

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