MEIO AMBIENTE
Foto: Earlham Institute

Cientistas descobrem aroma de plantas que pode substituir pesticidas

O objetivo do estudo é alcançar uma maneira mais ecológica, barata e sustentável de fabricar defensivos agrícolas

Por: Lucas Saba
Da redação | 11 de abril de 2023 - 18:05
Foto: Earlham Institute

Cientistas do Instituto Earlham, no Reino Unido, utilizaram um aroma de plantas geneticamente modificadas para substituir os pesticidas,  informa um estudo publicado na revista cientifica Plant Biotechnology. Os pesquisadores usaram um tipo de “cheiro sexy”, que são os feromônios, substâncias químicas liberadas por organismos vivos – humanos, animais, insetos ou plantas – para se comunicar e procurar por um parceiro amoroso. O novo processo funciona com os agricultores pendurando dispersores de feromônio entre suas plantações, imitando os sinais dos insetos fêmeas que distraem os machos e os impedem de botar ovos na plantação.

A nova tecnologia faz com que as plantas produzam essas substâncias naturalmente e funcionam apenas com luz solar e água, tornando-as mais baratas e menos prejudiciais às plantas. “A biologia sintética pode nos permitir projetar plantas para produzir muito mais de algo que elas já produziram, como remédios ou esses feromônios”, diz o Dr. Nicola Patron , responsável pela pesquisa e dirige o Grupo de Biologia Sintética do Earlham Institute.

Aroma sexy pode substituir pesticidas nas plantações. (Crédito: Freepik)

A equipe usou uma espécie de planta de tabaco chamada Nicotiana benthamiana para produzir os feromônios sexuais da mariposa. A mesma planta foi projetada anteriormente para criar anticorpos contra o ebola e até partículas semelhantes ao coronavírus para uso em vacinas COVID.

Os cientistas construíram novas sequências de DNA no laboratório para imitar os genes da mariposa. Os pesquisadores então introduziram alguns interruptores moleculares, o que efetivamente ativa e desativa o processo de fabricação. “Nossa nova pesquisa fornece uma maneira de regular a expressão gênica com muito mais sutileza,” afirma Patron.

O sulfato de cobre pode ajustar com precisão o número de genes do feromônio. Isso é muito importante porque o sulfato de cobre é um composto barato e disponível, já aprovado para uso na agricultura. Os autores do estudo foram capazes de controlar cuidadosamente a produção de diferentes componentes do feromônio, permitindo que eles ajustassem o coquetel para melhor se adequar a espécies específicas de mariposas.

A equipe espera que seu trabalho abra caminho para o uso de plantas para produzir uma ampla gama de produtos naturais valiosos. “No futuro, podemos ver estufas cheias de fábricas de plantas – fornecendo uma maneira mais ecológica, barata e sustentável de fabricar moléculas complexas,” finalizou o doutor Patron.

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