CIÊNCIA

Cientistas conquistam avanço inédito na fusão nuclear

Resultado indica importante salto na geração de energia limpa, a mesma produzida pelo Sol

Por: Carlos Taquari
Da redação | 13 de dezembro de 2022 - 15:01

Cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL), na Califórnia, realizaram a primeira experiência, com sucesso, na produção de energia a partir da fusão nuclear. Este é o mesmo tipo de energia produzida pelo Sol.

O sucesso da experiência realizada agora está no fato de que, pela primeira vez, foi possível obter mais energia na reação de fusão nuclear do que a consumida no processo de produção.

O resultado é considerado fundamental para a criação de uma matriz energética limpa, sem emissão de carbono. Daí o fato de que a fusão nuclear é considerada a energia do futuro.

A fusão nuclear é um processo de geração de energia que alimenta, além do Sol, todas as estrelas. Trata-se de um fenômeno físico e químico. Átomos de hidrogênio se chocam, produzindo hélio e energia. Isto significa luz e calor.

Como esse processo não ocorre naturalmente na Terra, os cientistas utilizam lasers, no laboratório, para bombardear isótopos de hidrogênio em estado de plasma superaquecido.

As instalações do Lawrence Livermore National Laboratory, onde foi realizada a experiência inédita. (Foto: LLNL)

Com isso, eles conseguem criar uma fusão, transformando os isótopos de hidrogênio em hélio, liberando energia limpa, livre de CO2.

Esta tecnologia vem sendo buscada há décadas, mas só agora foi possível obter mais energia do que a consumida no processo.

Fusão e fissão nuclear

Ao contrário da fissão nuclear, que é o princípio utilizado nas bombas atômicas e nas usinas nucleares, a fusão gera energia sem os riscos de resíduos altamente radioativos. 

As usinas nucleares, que começaram a ser construídas na segunda metade do século passado, respondem hoje por cerca de 10% do consumo mundial, bem menos do que o carvão e o gás. Mas elas deixam os resíduos radioativos, além de riscos para o meio-ambiente.

Os cientistas calculam que, no futuro, a fusão nuclear poderá produzir até 4 milhões de vezes mais energia do que o petróleo, gás e carvão juntos. Além de gerar menos emissões de poluentes do que os atuais combustíveis fósseis, o processo utiliza fontes encontradas facilmente na natureza. 

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