Mais de 70 aeronaves chinesas teriam participado do avanço a área que delimita China e Taiwan
A China enviou 47 aeronaves para exercícios na linha fronteiriça do Estreito de Taiwan no domingo, em sua maior incursão na zona de defesa aérea de Taiwan nos últimos meses. O governo chinês tem intensificado seus movimentos militares aéreos ao redor da ilha de governo autônomo, mas que a China reivindica como parte de seu território. Na sexta-feira, forças navais chinesas também realizaram movimentos militares perto da Ilha de Okinawa, no Japão. As duas incursões soaram provocativas aos Estados Unidos, que já manifestaram apoio aos dois países frequentemente ameaçados por exercícios militares chineses.
As incursões foram feitas por 42 caças, duas aeronaves de patrulha marítima, uma aeronave de alerta precoce, além de um CH-4 e um drone militar, de acordo com o Ministério da Defesa de Taiwan.
Os voos, parte de um denominado “exercício de ataque”, de acordo com os militares da China, seguem-se a ensaios navais de um grupo de porta-aviões chineses no Pacífico Ocidental perto do Japão na sexta-feira.
O Partido Comunista da China vê Taiwan – uma ilha democraticamente governada de 24 milhões de habitantes – como parte de seu território, apesar de nunca tê-la controlado. Há muito que promete “reunificar” a ilha com o continente chinês, à força, se necessário. As tensões em torno de Taiwan aumentaram acentuadamente este ano.
Uma visita à ilha da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, em agosto, provocou a fúria do Partido Comunista e uma enxurrada imediata de exercícios militares. Desde então, Pequim intensificou táticas de pressão militar agressiva na ilha, enviando caças à linha mediana do Estreito de Taiwan, o corpo de água que separa Taiwan e China e na zona de identificação de defesa aérea da ilha.
Durante décadas, a linha mediana serviu como uma linha de demarcação informal entre as duas, sendo raras as incursões militares através dela. As atividades deste fim de semana foram justificadas pelo governo chinês como “uma patrulha conjunta de prontidão de combate e “exercícios de ataque” em torno de Taiwan”, em resposta a “provocações” entre Taiwan e Estados Unidos, sem fornecer detalhes específicos.
Na sexta-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, assinou um novo projeto de lei de defesa que incluía o estabelecimento de um programa de modernização da defesa para Taiwan para impedir a agressão chinesa.
Na sexta-feira passada, a China também realizou uma série de exercícios militares perto da ilha de Okinawa, no sul do Japão, no Oceano Pacífico, segundo autoridades japonesas.
O porta-aviões Liaoning da marinha chinesa, bem como dois contratorpedeiros e uma fragata, navegaram cerca de 560 quilômetros (cerca de 348 milhas) a leste da Ilha Kitadaito, localizada na costa leste de Okinawa, de acordo com o Estado-Maior Conjunto do Japão.
As embarcações também navegaram cerca de 120 quilômetros (74 milhas) a leste de Okinotorishima, localizada mais a sudeste, em 22 de dezembro. Então, na sexta-feira, cerca de 180 caças e helicópteros baseados em porta-aviões decolaram e pousaram no porta-aviões Liaoning, de acordo com o Ministério da Defesa do Japão.
O Ministério da Defesa e as Forças de Autodefesa do Japão responderam enviando dois navios de escolta para coletar informações e realizar alertas e vigilância, disse o ministério.
As tensões entre a China e o Japão cresceram em 2022, com Pequim aumentando suas forças navais e aéreas em áreas fronteiriças japonesas. A China reivindica as Ilhas Senkaku, uma cadeia desabitada controlada pelos japoneses no Mar da China Oriental.