O número de crianças e adolescentes  com miopia está crescendo em todo o mundo, mas especialmente em alguns países, onde os índices chegam a 80%. Os especialistas ainda estudam as causas do fenômeno, mas pelo menos uma delas já foi identificada: a vida em ambientes fechados. Segundo os especialistas, aqueles que passam mais tempo ao ar livre, sob a luz natural, têm uma saúde ocular melhor e apresentam menores índices de miopia.

Um estudo em escala global sobre o tema contou com a participação de especialistas do Centro de Saúde Pública da Queen’s University, do Reino Unido, e do Centro de Oftalmologia da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Aumento dos casos de miopia ocorrem principalmente em países asiáticos. Crédito: Pexels.

Singapura, onde os casos chegam a 80% dos jovens, foi declarada a “capital mundial da miopia”. Além dos ambientes fechados, os pesquisadores encontraram outro fator relacionado com esse problema. Em países com bons resultados no setor de Educação, as crianças e adolescentes também apresentam altos índices de miopia. Nesse caso, se destacam: Japão, China, e Vietnã, além de Singapura. O problema não ocorre nas mesmas proporções em outros países que se destacam no setor educacional, como Noruega, Finlândia e Dinamarca, porque esses possuem sistemas de saúde muito mais avançados. A comparação não vale para o Japão, que tem bons níveis de saúde e educação.

Em muitos países, o acesso a um simples par de óculos pode demorar anos.  Na China e Índia, a ORBIS International, organização beneficente, distribuiu 2,5 milhões de óculos para crianças.

Mais tarde, um estudo realizado com 20.000 crianças chinesas, em Guandong, revelou um claro progresso educacional entre elas. O resultado, segundo os responsáveis pela ORBIS, mostrou “como um simples óculos de 4 dólares (cerca de 25 reais) pode mudar a vida dessas crianças”.

Por último, os especialistas também detectaram a influência do período de pandemia no aumento dos índices de miopia, em escala global, uma vez que ao longo de dois anos as pessoas ficaram presas em lockdown e passaram longo tempo no celular, laptops e computadores, além da televisão. Mas o problema não pode se restringir a esse período, uma vez que os registros de aumento de miopia vem sendo feitos há décadas, alertam os estudiosos.