INTERNACIONAL
Pedro Sánchez recebeu uma das cartas (Foto: Pal. Moncloa)

Carta-bomba explode na embaixada da Ucrânia na Espanha

Outras 4 cartas com explosivos também foram distribuídas, entre elas, uma ao primeiro ministro espanhol

Da redação | 1 de dezembro de 2022 - 11:33
Pedro Sánchez recebeu uma das cartas (Foto: Pal. Moncloa)

A Espanha voltou a ser amedrontada pelo terrorismo nesta quinta-feira, quando foi divulgado que 5 cartas-bomba foram enviadas a vários departamentos de governo e instalações de empresa e embaixada, todos em Madri, nos últimos dias.

Na manhã de hoje, uma pequeno pacote com explosivos foi detonado na Embaixada da Ucrânia na Espanha. O envelope era destinado a um funcionário e levou o governo ucraniano a ordenar o reforço na segurança em todas as representações diplomáticas pelo mundo. Com a explosão, um funcionário sofreu ferimentos leves na mão, segundo a polícia espanhola.

Carta-bomba recebida pela embaixada da Ucrânia: ferimentos leves (Foto: reprodução)

Carta-bomba recebida pela embaixada da Ucrânia: ferimentos leves (Foto: reprodução)

A explosão aconteceu por volta das 9 horas (horário de Brasília) no jardim da embaixada, quando o funcionário manuseou a carta, endereçada ao diplomata Serhii Pohoreltsev.
Leia também:
Inteligência artificial pode levar à extinção da humanidade, alertam especialistas
Israel anuncia tratamento revolucionário contra o câncer

Após ser ferido levemente, o funcionário seguiu por conta própria para um hospital. E a embaixada, que fica em bairro residencial de Madri, foi isolada pela polícia.

A Espanha acompanha o apoio de países da União Europeia ao governo da Ucrânia na guerra no país e envia armamentos ao Exército ucraniano.

A partir desse primeiro evento, a polícia espanhola acionou o protocolo antiterrorista em todo o país e reforçou a segurança de prédios públicos e diplomáticos.

O gabinete do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou nesta quinta-feira (1º/12) que uma carta-bomba foi enviada ao premiê na semana passada. A sede do Ministério da Defesa do país e a base área de Torrejón de Ardoz, em Madri, também receberam os artefatos.
Fabricante de armas

Além da embaixada da Ucrânia e dos edifícios do governo, uma fabricante de armas espanhola sediada na capital espanhola também recebeu uma carta com explosivos.

Não houve informação oficial se algumas dessas quatro cartas também explodiram ou se foram desativadas previamente.

O Ministério do Interior do país ordenou que policiais e o esquadrão antibombas reforcem a segurança em todos os prédios públicos e sedes diplomáticas de Madri nesta quinta-feira.

Segundo o governo da Espanha, todas as correspondências foram remetidas de dentro do país e estão sendo rastreadas. A polícia ainda não apontou suspeitos.

Um dos trens implodidos no atentado de 2004, em Madri: 192 mortos (Foto: arquivo)

Um dos trens implodidos no atentado de 2004, em Madri: 192 mortos (Foto: arquivo)

Histórico terrorista na Espanha

O novo episódio reaviva nos espanhóis o triste histórico de terrorismo que assolou o país, principalmente a partir da resistência da região basca — no norte do país — à ditadura do general Franco, que durou quase 40 anos.

O grupo separatista ETA, que reivindicava a região formada pelas províncias que envolvem as cidades de Bilbao, Vitória, San Sebastián e Pamplona, passou a atacar autoridades e políticos ligados ao governo a partir do início dos anos 60.

Mesmo depois da redemocratização, a partir de 1976, o terrorismo do ETA persistiu e foi amplificado, até a sua dissolução, em 2012. No total, o grupo assassinou mais de 800 pessoas desde anos anos 60.

Mas a Espanha viveu outros ataques terroristas traumatizantes. O principal deles em março de 2004, quando o grupo islâmico Al Qaeda explodiu 140 quilos de dinamite em quatro trens em Madri, atingindo estações de grande movimento. No total, 191 pessoas morreram e 1.900 ficaram feridas. Ao assumir o atentado, o Al Qaeda justificou que os ataques foram ato de vingança pelo envio de tropas espanholas ao Iraque e ao Afeganistão.

Pedro Sánchez recebeu uma das cartas (Foto: Pal. Moncloa)

+ DESTAQUES