Presidente diz que a crise tem a ver com a segurança humana, econômica, ambiental e a própria vida do planeta
Em discurso na Conferência do Clima da ONU, a COP-27, no Egito, o presidente Joe Biden pediu aos dirigentes de todos os países que redobrem os esforços para enfrentar o aquecimento global e destacou que a guerra na Ucrânia enfatizou a necessidade de reduzir o consumo de combustíveis fósseis.
Biden garantiu que os Estados Unidos farão sua parte para evitar “o inferno climático”. Ele se referia ao discurso feito pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, na abertura da conferência, que fez uma dura cobrança aos líderes mundiais relacionada às mudanças climáticas. Em seu alerta, Guterres havia afirmado: “Estamos caminhando rapidamente para o inferno climático e com os pés no acelerador”.
“Não podemos alegar ignorância diante das consequências de nossas ações e continuar a repetindo os nossos erros”, afirmou Biden, num dos mais esperados discursos da conferência.
“A crise climática é sobre segurança humana, segurança econômica, segurança ambiental, segurança nacional e a própria vida do planeta. É dever e responsabilidade de cada nação agir sobre o clima”, disse o presidente. Cerca de 35.000 pessoas estão em Sharm el-Sheikh, no Egito, para a reunião de duas semanas.
Biden mostrou preocupação com os dados do Observatório do Clima mostrando que os últimos oito anos foram os mais quentes já registrados em toda a história. Ele ressaltou os impactos das mudanças climáticas nas nações africanas, incluindo uma seca de quatro anos no chifre da África. O presidente americano fez um promessa de endurecer as regras dos EUA sobre emissões de metano resultantes do uso de petróleo e gás. O metano é o gás mais potente e contribui significativamente para o aquecimento da atmosfera da Terra.
“Hoje, graças às ações que tomamos, posso ficar aqui como presidente dos Estados Unidos da América e dizer com confiança que os EUA cumprirão nossas metas de emissões até 2030”, disse Biden. Ele também prometeu mais dinheiro para as nações mais pobres que sofrem com desastres climáticos, incluindo secas e inundações. Mas as somas financeiras permanecem muito aquém do que os EUA, juntamente com outras nações desenvolvidas, prometeram.
Mais cedo, a cúpula ouviu Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, que “saudou” Biden por tornar as mudanças climáticas “parte de sua agenda” com sua “inovadora”. O governo Biden promete liberar US$ 369 bilhões, até o final da década, para combater as emissões de poluentes.