Taxa vai de 4% a 4,25%, a maior em 14 anos, na tentativa de conter a inflação
O Banco da Inglaterra anunciou um aumento na taxa básica de juros, válida para o Reino Unido, que passou de 4% para 4,25%, a maior dos últimos 14 anos. A decisão faz parte da estratégia do governo de tentar conter os aumentos de preços e a inflação, que não tem mostrado sinais de queda. Em Fevereiro, o índice de inflação, anualizado, foi de 10,4%, o maior em 40 anos.
Um comunicado do Banco da Inglaterra informa que o Reino Unido já saiu da rota de recessão e que a economia mostra sinais de recuperação. Segundo a nota, o sistema bancário do país também está livre de contaminação, após os problemas registrados nos Estados Unidos, com a quebra de dois bancos, e na Suíça, com a incorporação do Credit Suisse pelo UBS.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve, banco central do país, elevou a taxa de juros pela nona vez seguida, na quarta-feira. O índice passou de 4,75% para 5%, o maior nível desde 2007. A medida ocorre em meio a crise do sistema bancário e visa combater inflação elevada dos Estados Unidos, atualmente está em 6%. O aumento foi decidido pelo FED, apesar dos temores de que a medida possa aumentar a turbulência financeira, após uma série de falências bancárias recentes.
Ao anunciar o aumento da taxa básica em 0,25 ponto percentual, o FED justificou: “mais ações podem ser tomadas, já que os preços ao consumidor continuam subindo”. O FED tem aumentado os custos dos empréstimos para tentar desacelerar a economia e aliviar as pressões que pressionam os preços.
Dois bancos americanos – o Silicon Valley Bank e o Signature Bank – quebraram este mês, em parte devido a problemas causados por taxas de juros mais altas. Mas autoridades de todo o mundo não acreditam que as falências bancárias ameacem a estabilidade financeira dos países.
Em comunicado, o Fed disse que o sistema bancário dos EUA é “sólido e resiliente”. Mas também afirmou: “a turbulência bancária pode prejudicar o crescimento e atenuou declarações anteriores que reforçam as taxas de juros mais altas provavelmente seriam necessárias nos próximos meses.”
Antes das falências dos bancos, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, havia alertado as autoridades sobre a possibilidade de precisar aumentar as taxas de juros mais do que o esperado para controlar a situação.
As projeções divulgadas pelo banco mostram a inflação deste ano caindo menos do que havia previsto em dezembro, enquanto o crescimento econômico é mais fraco. Mas eles preveem taxas de juros de aproximadamente 5,1% no final de 2023 – inalteradas desde dezembro.
Analistas disseram que o Fed pode aumentar as taxas de forma menos agressiva, se a turbulência no sistema financeiro levar os bancos a limitar os empréstimos e a economia desacelerar mais rapidamente. “Os desenvolvimentos recentes provavelmente resultarão em condições de crédito mais rígidas para famílias e empresas e pesarão na atividade econômica, nas contratações e na inflação”, disse o Fed em seu comunicado.
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