GUERRA

Moscou intensifica ataques na Ucrânia. EUA negam envio de caças F-16

Rússia planeja nova escalada e mobiliza mais 200.000 soldados. Ucrânia pede mais ajuda e com urgência

Por: Carlos Taquari
Da redação | 30 de janeiro de 2023 - 19:38

O presidente Joe Biden declarou hoje que os Estados Unidos não pretendem enviar os modernos caças-bombardeiros F-16 para reforçar a defesa aérea da Ucrânia. A declaração de Biden é uma resposta ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que pediu aos aliados ocidentais o envio de aviões militares, a fim de garantir o controle do espaço aéreo do país.

Por sua vez, o governo do Reino Unido também anunciou que não vai entregar os caças F-35, os mais modernos do arsenal aéreo do país, aos ucranianos. Um porta-voz oficial, em Londres, alegou que esses aparelhos são muito sofisticados e exigem meses de treinamento.

A França ainda não descartou a possibilidade de enviar caças-bombardeiros para a Ucrânia. O assunto será discutido em reunião de ministros da Defesa dos países ocidentais, com representantes da Ucrânia, em Paris.

Uma nova escalada 

A Rússia planeja uma nova escalada na guerra contra a Ucrânia e está mobilizando 200.000 soldados, com o objetivo de abrir novas frentes de combate. O alerta foi feito pelo secretário-geral da OTAN, a aliança militar do Ocidente, Jens Stoltenberg.

Segundo Stoltenberg, não há qualquer sinal de que o presidente Vladimir Putin esteja interessado em discutir a paz. Ao contrário, disse ele: Putin quer ampliar o conflito e tenta buscar um desfecho rápido. Em entrevista na sede da organização militar, em Bruxelas, Stoltenberg defendeu o aumento na ajuda à Ucrânia, para permitir que o país escape de uma derrocada total diante das tropas russas e acrescentou:

“O mundo deve se preparar para acompanhar um longo conflito. É extremamente importante que Putin não vença. Se isso acontecer, a Rússia vai colocar novos ditadores no poder, tornando o mundo mais perigoso”. Por último, Stoltenberg afirmou que Putin não aceitará negociar o final do conflito, “enquanto acreditar que pode vencer no campo de batalha”.

Ucrânia pede socorro

Em Kiev, o presidente Volodymyr Zelensky pediu que os países ocidentais enviem novos armamentos e com urgência. Ele declarou que a situação está se tornando mais difícil a cada dia, por conta da intensificação dos ataques por parte dos russos.

“A Rússia tenta nos vencer pelo cansaço e aposta em esmagar nossas forças. Então, precisamos de novos suprimentos e precisamos o mais rápido possível”, pediu Zelensky.

Em vídeo divulgado nesta segunda-feira, o presidente ucraniano disse que a situação está mais crítica nas proximidades de Bakhmut e Vuhledar, na região de Donetsk, onde os russos tentam penetrar nas defesas ucranianas. Na região, alguns vilarejos já teriam sido tomados pelos russos, com apoio dos mercenários do grupo Wagner, uma força paramilitar remunerada pelo Kremlin e por oligarcas russos ligados a Putin.

A Ucrânia teme que Putin esteja planejando uma grande ofensiva com início em 24 de fevereiro, quando se completa um ano da invasão do país pelas tropas de Moscou.

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