Cientistas acreditam que o fenômeno é causado pela morte de uma estrela 30 vezes maior do que o Sol
Cientistas observaram a maior explosão de luz já registrada no espaço, que ocorreu a 2.4 bilhões de anos-luz de distância da Terra. A explosão foi detectada pelo Telescópio Espacial Fermi e pelo satélite Wind, da NASA, pelo observatório espacial Neil Gehrels Swift, operado em conjunto por cientistas norte-americanos, britânicos e italianos, além do Telescópio Gemini South, instalado no Chile.
Segundo os cientistas, trata-se de uma explosão de raios gama, a mais intensa forma de radiação eletromagnética, que acontece quando uma estrela gigantesca, cerca de 30 vezes maior do que o Sol, morre e se transforma numa supernova, envolvida por um buraco negro.
Batizada de GRB 221009A, a explosão gerou um feixe de radiação de alta energia, o mais poderoso já registrado pela ciência até aqui. As imagens, que encantaram cientistas de todo o mundo, foram divulgadas neste fim de semana pela NASA.
De acordo com os cientistas, essas explosões estão entre as mais poderosas e mais brilhantes desde o Big Bang, ocorrido há 13 bilhões e 800 milhões de anos. A distância em que ocorreu o fenômeno também é gigantesca, uma vez que foi a 2,4 bilhões de anos-luz de distância e cada ano luz tem 9.4 trilhões de quilômetros.
Apesar de o feixe de luz ter sido detectado em 9 de outubro, a explosão que deu origem ao fenômeno ocorreu há 1,9 bilhão de anos. Ele veio da direção da constelação de Sagitta e foi visível aos telescópios por mais de 10 horas, tornando-se uma das explosões de raio gama mais duradouras já detectadas pela astronomia e pela astrofísica.
As explosões de raios gama, chamadas de GRBs, são produzidas quando as estrelas massivas se transformam em supernovas (explosões estelares poderosas e luminosas).
Os cientistas explicam que as estrelas explodem em uma supernova e colapsam em um buraco negro. Depois a matéria se forma em um disco ao redor do buraco negro, cai dentro dele e é expelida em um jato de energia que viaja perto da velocidade da luz. A explosão de raios gama libera mais energia em segundos do que o Sol é capaz de produzir em toda a sua vida.
“Esta explosão está muito mais próxima do que os GRBs típicos, o que é emocionante porque nos permite detectar muitos detalhes que, de outra forma, seriam muito fracos para ver”, disse a astrônoma Roberta Pillera, responsável pelas primeiras comunicações sobre a explosão. “Mas também está entre as explosões mais energéticas e luminosas já vistas, independentemente da distância, tornando-se duplamente emocionante”, concluiu a PhD em Ciência e Engenharia Aeroespacial pela Universidade de Bari, na Itália.
Apesar de sua intensidade e proximidade, os cientistas esclarecem que este GRB é inofensivo para a Terra. Do contrário, se a explosão ocorresse dentro da nossa Via Láctea e seu feixe estivesse apontado diretamente para a Terra, isso poderia causar uma extinção em massa.