Homem estava em visita ao país e foi punido por mensagens antigas criticando o governo saudita
O governo saudita condenou um cidadão norte-americano a 16 anos de prisão por tweets críticos ao regime do país. O filho de Saad Ibrahim Almad alegou que ele foi torturado durante a prisão, forçado a viver na miséria e confinado com terroristas enquanto sua família foi ameaçada pelo governo da Arábia Saudita. Salmad acusou o Departamento de Estado norte-americano de tratar o caso com negligência e incompetência.
Embora o governo do atual presidente Joe Biden tenha feito esforços consideráveis para garantir a libertação de cidadãos norte-americanos presos ou perseguidos por regimes autoritários como Rússia, Venezuela e Irã, o resultado tem sido menos efetivo no caso de detidos na Arábia Saudita. O país é considerado um aliado dos Estados Unidos, mas o governo do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman tem exercido políticas mais duras com cidadãos norte-americanos.
Uma das últimas fotos de Almadi na Flórida. (Foto: The Washington Post)
Saad Ibrahim Almadi, de 72 anos, não é um ativista, mas um gerente de projetos da Flórida que decidiu fazer críticas ao seu país natal, morando já nos Estados Unidos. Em novembro de 2021 viajou para Riad para visitar a família, quando foi detido por causa de 14 tweets postados em sua conta nos sete anos anteriores. Um dos tweets citados fazia referência a Jamal Khashoggi, colunista do The Washington Post, que foi assassinado no consulado saudita em Istambul em 2018. Outros tweets criticaram as políticas do governo e a corrupção no sistema saudita.
Ele foi acusado pela Arábia Saudita de pertencer a uma ideologia terrorista, tentar desestabilizar o país, além de apoiar e financiar o terrorismo. Se cumprir a pena inteira, sairá da prisão aos 87 anos e teria que viver até os 104 anos para poder retornar aos Estados Unidos. Em entrevista ao The Washington Post um funcionário afirmou que o governo dos Estados Unidos levantou o caso de Almadi com o governo saudita em níveis superiores. Entretanto, o processo do Departamento de Estado para determinar se Almadi receberá a designação de “detido injustamente”, o que ajudaria na sua libertação, ainda está em andamento.
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