Autoridades colombianas confirmaram que quatro crianças, desaparecidas há 16 dias, desde que o avião em que elas estavam caiu na floresta amazônica, foram encontradas vivas. A suspeita é de que as crianças, que pertencem a uma comunidade indígena Huitoto, tenham usado o seu conhecimento sobre frutas e habilidades de sobrevivência na selva para buscarem ajuda.

A aeronave, um monomotor Cessna 206, voava de Araracuara, no sul da Colômbia, para San José del Guaviare, quando caiu na mata fechada na manhã do dia 1º de maio. No último contato feito pelo piloto, ele informou que estava com problemas no motor.

Avião que caiu é do mesmo modelo, um Cessna 206. (Foto: Wikimedia Commons)

Desde então, mais de 100 soldados do Exército trabalharam intensamente para localizar a aeronave e os seus ocupantes, com o agravante de que o bimotor caiu numa região cujo acesso é extremamente difícil. Somente duas semanas depois o avião foi localizado no interior da mata, na província de Caquetá.

No local, as equipes de resgate encontraram os corpos do piloto, do copiloto e de Magdalena Mucutuy, de 33 anos, mãe dos quatro filhos que sobreviveram à tragédia. Mas, incrivelmente, não havia sinal das crianças de 13, 9 e 4 quatro anos de idade, além de um bebê de 11 meses. Eles não estavam junto às vítimas fatais.

Onde estão as crianças?

A partir daí começa o mistério sobre o paradeiro das quatro crianças. Há relatos indicando que os menores foram encontrados por indígenas no meio da floresta tropical. No entanto, os soldados que participaram das buscas não tiveram contato com as crianças e, por isso, não confirmaram essa informação.

Cães farejadores encontraram uma garrafa de bebida infantil, uma tesoura, um prendedor de cabelo e algumas frutas comidas pela metade. As equipes de busca também encontraram um abrigo improvisado feito de gravetos e galhos. “Pensamos que as crianças que estavam a bordo do avião estão vivas. Encontramos vestígios em um local diferente, longe do local do acidente, e um local onde podem ter se abrigado”, informou o coronel Juan José López, das Forças Armadas Colombianas.

Diante da suspeita de que as crianças poderiam estar vagando cada vez mais para o interior da selva, os militares mobilizaram helicópteros que reproduziram uma mensagem gravada pela avó dos menores, na língua Huitoto, pedindo que eles ficassem parados. Mas as buscas foram dificultadas pelas fortes chuvas e o terreno de difícil acesso.

A empresa Avianline, dona do avião que caiu, divulgou uma nota à imprensa confirmando que também recebeu relatos de que as crianças haviam sido resgatadas por moradores locais e que estavam sendo levadas de barco para a província de Cachiporro.

O pai das crianças, que não estava no avião, disse que não perderia as esperanças de encontrar os filhos vivos porque a irmã dele uma vez se perdeu na floresta, ficou desaparecida por um mês e conseguiu voltar. A Agência de Bem-Estar Infantil da Colômbia (ICBF) informou que aguarda a confirmação dos relatos de que as crianças estão vivas para devolvê-las à família.