Presidente francês disse que os ucranianos serão os únicos a "escolher o momento e os termos" da paz na guerra com a Rússia
Os comentários do presidente francês, feitos durante uma Conferência de Paz em Roma, repercutiram na imprensa internacional porque nesta segunda-feira a guerra na Ucrânia completa oito meses.
Emmanuel Macron tem se mostrado um defensor incondicional do diálogo permanente com Moscou como meio para possíveis negociações de paz.
Macron chegou a dizer que o ocidente deveria evitar a humilhação da Rússia num eventual acordo de paz, declaração que não foi bem recebida na Ucrânia.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que tais preocupações “só podem humilhar a França e todos os outros países que pedirem por isso”.
O ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger, voz sempre ouvida nesse tipo de conflito internacional, apesar de seus 99 anos, também já havia indicado o tom mais adequado nas negociações de paz. Em maio, Kissinger disse que Kiev deveria ceder território para ajudar a acabar com a guerra e alertou que “uma perda embaraçosa para a Rússia poderia desestabilizar a Europa”.
No entanto, a Ucrânia já deixou claro que não aceitará nenhum acordo de paz que dependa da entrega de território à Rússia, e depois que Moscou declarou ilegalmente que estava anexando quatro regiões ucranianas, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky descartou formalmente as negociações de paz.
Macron enfatizou que as sanções dos países ocidentais para enfraquecer a Rússia, sem um envolvimento direto na guerra, serviram para preparar o terreno para a Ucrânia “escolher a paz”, disse. “Isso significa que há uma perspectiva de paz, e ela existirá em algum momento”, completou.