MEIO AMBIENTE

Animais marinhos trocam mensagens entre si

Pesquisa descobre que espécies aquáticas consideradas silenciosas também se comunicam

Por: Daiana Rodrigues Pereira
Da redação | 27 de outubro de 2022 - 17:24

O pesquisador Jorgewich-Cohen, estudante de doutorado da Universidade de Zurique, na Suíça, deu o pontapé em uma pesquisa para descobrir se alguns animais marinhos se comunicam. E o resultado foi surpreendente. Tartarugas, tuatara, peixe pulmonado e cobra-cega (cecílias) conversam entre si.

“As criaturas estavam enviando mensagens o tempo todo, mas os humanos nunca pensaram em ouvi-las”, afirmou Cohen. Ele usou microfones para gravar as espécies, inclusive na fase de incubação. As tartarugas marinhas, por exemplo, cantam dentro do ovo para se comunicarem e sincronizarem o momento de eclosão.

As tuataras, réptil endêmico da Nova Zelândia, que se parece com a maioria dos lagartos, tem o costume de fazer sons para guardar o território.

Animais marinhos

Tuataras também fazem parte do grupo que parecia ser mudo, mas emitem sons, sim. (Foto: Wellington Zoo)

“Nós sabemos quando um pássaro canta. Você não precisa de ninguém para lhe dizer o que é. Mas alguns desses animais são muito quietos ou fazem um som a cada dois dias”, afirma o pesquisador em entrevista para a BBC News.

Nada é por acaso

Ao puxar a árvore genealógica desses animais, o pesquisador também observou que eles possuem o mesmo ancestral há 400 milhões de anos, período Devoniano, quando a maioria das espécies, que hoje são répteis, ainda viviam debaixo d’água.

Segundo um artigo publicado pela Nature Coomunications, com o tempo, a comunicação dos animais foi evoluindo de forma independente. Ou seja, cada espécie foi criando sons específicos que os diferenciam no meio ambiente.

Outro ponto interessante encontrado nas pesquisas foi a relação com a atividade noturna. Esses animais que achávamos ser mudos e os que já são conhecidos pela comunicação acústica originaram os sons durante o período noturno para se encontrarem e se acasalarem.

Entretanto, até os dias atuais, esse tipo de estudo não é feito em larga escala. Na maioria das vezes, os pesquisadores focam em animais que emitem sons mais perceptíveis, como sapos, pássaros e mamíferos.

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